Na última quarta-feira (2), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras de criptomoedas aprovou em assembleia a convocação de pouco mais de 150 pessoas para prestar esclarecimentos sobre fraudes com ativos digitais. A lista conta com nomes como Tata Werneck e Cauã Reymond, além do apresentador Marcelo Tas.
Vale destacar que eles são obrigados a comparecer. Os três foram convocados na condição de investigados porque fizeram propaganda para a Atlas Quantum, pirâmide de cripto que usava um falso “robô milagroso” e causou um prejuízo estimado em até R$7 bilhões para cerca de 200 mil vítimas no mundo todo.
Em 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que a empresa, fundada no ano anterior em São Paulo por Rodrigo Marques dos Santos e Fabrício Spiazzi Sanfelice Cutis, parasse de ofertar seus produtos, considerados pelo regulador valores mobiliários e contratos de investimento coletivo.
Outros negócios cripto fraudulentos, como a Genbit, que enganou 45 mil pessoas, também estão sob investigação da CPI. Na quinta-feira (3), quem prestou depoimento na Câmara dos Deputados foi o empresário Francisley Valdevino da Silva, criador da Rental Coins, conhecido como “Sheik das Criptomoedas“.
Outra acusada de operar em um esquema criminoso usando criptoativos é a “18k Ronaldinho”, que teria relação com o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis. Os dois também foram convocados para prestar esclarecimentos.
CPI das criptomoedas: posição dos convocados
Em uma nota enviada à imprensa, a equipe de Tatá Werneck informou que ela atuou como garota propaganda da Atlas Quantum há cinco anos e que, na época, não havia nada contra a empresa. Segundo os advogados da atriz e apresentadora, Ricardo Brajterman e Maíra Fernandes, a convocação para a CPI causou “grande perplexidade”.
É óbvio que se Tatá soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa. Cabendo destacar que Tatá nunca investiu na Atlas; nunca foi sócia da Atlas ou teve qualquer participação nos rendimentos da Altas
Nota da Assessoria de Imprensa de Tatá Werneck
Em uma reportagem da BBC Brasil sobre a situação das vítimas da Atlas, a assessoria de imprensa de Cauã Reymond disse que “na época da contratação não havia nada de irregular [com a empresa] que a desabonasse”.
Já Marcelo Tas nega que tenha feito propaganda para a empresa. “Participei como entrevistador, contratado pelo G1 (portal de notícias do grupo Globo), de um conteúdo jornalístico patrocinado pela Atlas. Tive total liberdade editorial para construir, de forma independente, um conteúdo que tinha como foco o funcionamento do conceito de blockchain, com ênfase particular no Bitcoin. Entrevistei uma profissional da Atlas, na sede da empresa, sobre assuntos absolutamente técnicos. No conteúdo, não há destaque para qualquer empresa em particular. Sei que houve algumas ações comerciais diretas, mas não participei de qualquer uma delas”, disse o apresentador ao Portal do Bitcoin.
Embora no site oficial da “18k Ronaldinho”, o ex-jogador constasse como um dos fundadores, ao lado do empresário Marcelo Lara e do gestor de operações Bruno Rodrigues, ele alega que teve sua imagem usada de forma indevida.
Fonte: Olhar Digital
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