Uma IA (inteligência artificial) consegue produzir uma música que corresponda ao gênero, ritmo, “mood” e até instrumentos da música que uma pessoa tinha ouvido. Para isso, a plataforma examina a atividade cerebral do indivíduo. É como se essa tecnologia “lesse mentes”.
Para quem tem pressa:
O objetivo desse estudo, desenvolvido numa parceria entre Google e a Universidade de Osaka (Japão), é compreender como o cérebro processa música, segundo os pesquisadores ouvidos pelo site LiveScience.
No entanto, o estudo sobre o modelo desenvolvido pelos cientistas – chamado Brain2Music – foi publicado na plataforma de pré-publicação arXiv e ainda não passou por revisão por pares.
IA que ‘lê mentes’
Para desenvolver o método, os pesquisadores coletaram scans cerebrais de cinco participantes enquanto eles ouviam trechos de músicas de diferentes gêneros – por exemplo: blues, clássico, country, disco, hip-hop, jazz e pop.
Então, os cientistas treinaram um programa de IA para encontrar correlações entre as características da música e os sinais cerebrais dos participantes.
Depois, o programa conseguiu converter dados em formas que representavam os elementos musicais das músicas originais.
Em seguida, as informações coletadas foram alimentadas em outro modelo de IA desenvolvido pelo Google, chamado MusicLM.
Esse modelo é capaz de gerar música a partir de descrições de texto. E o MusicLM gerou trechos musicais que se assemelham às músicas originais.
Resultados da pesquisa
O estudo mostrou que o método tem uma concordância de cerca de 60% em relação ao “mood” das músicas reconstruídas e das músicas originais.
O gênero e a instrumentação também corresponderam significativamente mais vezes do que o esperado por mero acaso. E a música clássica foi a mais facilmente distinguida pela IA.
Durante a audição de músicas, foram ativadas algumas regiões cerebrais. Entre elas, estavam: o córtex auditivo primário, responsável pela interpretação dos sons, e o córtex pré-frontal lateral, importante no processamento do significado das músicas.
Esse estudo abre possibilidades para futuras pesquisas sobre como o cérebro processa música de diferentes gêneros e “moods”.
Além disso, os pesquisadores esperam explorar a capacidade da IA de reconstruir músicas que as pessoas apenas imaginam, sem precisar ouvi-las de fato.
Fonte: Olhar Digital
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