Depois de apenas sete jogos e uma vitória, Paulo Turra foi demitido do cargo de técnico do Santos. A prática é recorrente na administração do presidente Andrés Rueda e o Peixe simplesmente não tem convicção em qual caminho tomar.
Desde que Rueda assumiu a presidência do clube, no início da temporada 2021, o Santos já teve quase uma dezena de treinadores. Para ser mais exato, foram oito comandantes efetivos no período em uma média de 2,66 técnicos/ano.
O início da Era Rueda foi com um estrangeiro à frente do clube. Depois da saída de Cuca, que acertou retorno ao Atlético Mineiro em 2021, o argentino Ariel Holan assumiu o Peixe. A experiência durou apenas 13 jogos e ele foi substituído por Fernando Diniz.
Atual técnico do Fluminense e também da seleção brasileira, de forma interina, Diniz ficou cerca de 25 partidas no clube e se despediu com apenas 10 vitórias. O Santos, então, optou por um choque de estilos e trouxe Fabio Carille, especialista em montar fortes sistemas defensivos, para a reta final do Campeonato Brasileiro daquele ano. Sem sustos, o time alvinegro fechou o nacional com a 10ª colocação. Na Copa do Brasil e na Sul-Americana, a equipe chegou até as quartas de final.
Para 2022, o Santos confirmou a permanência de Carille. Porém, quando a diretoria parecia indicar um rumo, o técnico foi demitido após apenas cinco jogos. O substituto foi, mais uma vez, uma virada completa. O argentino Fábian Bustos assumiu o cargo e, sem nunca empolgar, foi mais um a entrar na guilhotina.
O substituto do substituto voltou a falar português. Lisca teve uma das grandes oportunidades da carreira, mas ela foi efêmera. Oito jogos depois, Lisca e diretoria teriam definido a saída em comum acordo. Para fechar o ano passado, depois das negativas de Marcelo Bielsa e Sebastián Becacecce, o Santos teve o Orlando Ribeiro, do Sub-20, como opção caseira no banco de reservas.
Na atual temporada, o Santos repatriou o técnico Odair Hellmann, ex-Flu e nos Emirados Árabes Unidos nas duas últimas temporadas. Com um estilo de jogo mais conservador e voltado ao sistema defensivo, Odair representava nova colisão ao DNA ofensivo do Peixe.
Com retrospecto de 11 vitórias, 12 empates e 12 derrotas, Hellmann foi demitido após revés para o Flamengo, no Brasileirão. Naquela altura, o Peixe era o 13º colocado, com 13 pontos, e apenas dois de frente para o Goiás, primeira equipe na zona da degola.
A escolha do coordenador esportivo, Falcão, foi por um técnico da nova safra. Livre no mercado depois de ser demitido por ser “pupilo” de Felipão, que rumou ao Atlético Mineiro, Paulo Turra assumiu o desafio de recuperar o Santos.
Logo de cara, o então novo técnico afastou jogadores por indisciplina, entre eles o venezuelano Yeferson Soteldo, e obteve apenas uma vitória em sete partidas. Turra, diga-se, teve vida ainda mais curta do que Lisca no clube.
Aguirre é o nome certo?
Além da demissão de Turra, o Santos também anunciou a saída do coordenador esportivo. Paulo Roberto Falcão pediu demissão depois de ser denunciado por importunação sexual. Agora, a aposta da vez da diretoria do clube é Diego Aguirre, uma volta a um técnico estrangeiro.
Diferentemente de Ariel Holan e Fabián Bustos, o uruguaio de 57 anos atuou no Brasil como jogador e já comandou o Atlético Mineiro, o São Paulo e o Internacional, onde teve duas passagens, sendo a mais recente delas em 2021. Portanto, Aguirre ao menos sabe o que vai encontrar pela frente.
Depois da demissão de Turra, o Santos anunciou a reintegração de Soteldo, que inclusive já voltou a treinar com o elenco do Santos. Outra medida extraordinária foi a contratação do antigo auxiliar fixo do clube Marcelo Fernandes.
Em busca de alguma direção, o Peixe terá em Aguirre um treinador que não tem feito trabalhos de saltar aos olhos nas últimas temporadas. Depois do Inter, em 2021, que ficou sem vencer nas últimas seis rodadas do Brasileirão, o uruguaio teve breve passagem pelo Cruz Azul, do México. Foram apenas dois triunfos em oito jogos.
O último trabalho de Diego Aguirre foi no Olimpia, do Paraguai. Apesar de classificar o clube às oitavas de final da Copa Libertadores, o clube chegou a ficar seis jogos sem vencer entre a disputa continental e a primeira fase do nacional, o Apertura. O Olimpia fechou apenas na sexta colocação e abriu o segundo turno, o Clausura, com derrotas para os modestos Tacuary e Resistencia. Elas culminaram na saída do técnico.
Sem falar a mesma língua, o Santos vai de “portunhol” até o fim da temporada de 2023. Em 17º no Brasileirão, a torcida do clube só espera tirar o mais rápido possível a palavra rebaixamento do vocabulário. É o que resta ao Peixe e a Rueda, que encerra o triênio à frente do clube sem deixar saudades.
Fonte: Ogol
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