Uma equipe internacional de pesquisadores acaba de fazer uma descoberta incrível: a existência de formas variadas de vida sob fontes hidrotermais. O novo ecossistema foi detectado dentro de um vulcão submarino na Elevação do Pacífico Oriental, na América Central, e é composto por vermes, caracóis e bactérias quimiossintéticas.
O navio de pesquisa Falkor, do Schmidt Ocean Institute – SOI (uma organização sem fins lucrativos voltada à pesquisa oceanográfica localizada em Palo Alto, na Califórnia), levou 30 dias para concluir a expedição, retornando com esta é que uma das maiores descobertas em 46 anos de estudos sobre fontes hidrotermais – que são fontes vulcânicas quentes encontradas ao longo do fundo do mar.
ROV SuBastian, um robô subaquático usado pela equipe, foi capaz de inspecionar seções da crosta vulcânica e encontrar organismos que estão prosperando mesmo vivendo em águas a cerca de 25°C. Isso muda a maneira como a ciência vê agora as fontes hidrotermais, adicionando uma nova dimensão com ecossistemas existentes tanto na superfície do local quanto abaixo dela.
“Em terra, há muito tempo sabemos de animais vivendo em cavernas subterrâneas e no oceano, na areia e na lama, mas, pela primeira vez, os cientistas olharam sob fontes hidrotermais”, disse a diretora executiva do SOI, Jyotika Virmani, em um comunicado emitido pela instituição na terça-feira (8).
Esta descoberta verdadeiramente notável de um novo ecossistema, escondido sob outro ecossistema, fornece novas evidências de que a vida existe em lugares incríveis
Jyotika Virmani, diretora executiva do Schmidt Ocean Institute
Mineração submarina pode ameaçar formas de vida existentes nas fontes hidrotermais
A equipe também encontrou evidências de que espécies superficiais, como vermes tubulares, podem navegar abaixo da superfície usando fluido de ventilação, o que permite que eles expandam seu alcance. Essa expedição é a primeira a examinar e confirmar que as larvas desses vermes podem se estabelecer e até mesmo viver sob o fundo do mar.
Fontes hidrotermais podem aparecer quando a dinâmica de deslocamento das placas tectônicas na crosta terrestre provoca rachaduras, que se enchem de água do mar. Essa água é aquecida pelo magma, fazendo com que ele volte ao fundo do mar.
Segundo o comunicado do SOI, a descoberta de um novo ecossistema é sempre empolgante, mas também representa um alerta sobre a segurança da mineração em alto mar. Alguns argumentam que o fundo do mar é o caminho de menor destruição quando se trata de minerar o planeta para os metais necessários para fornecer a revolução da bateria verde, mas outros advertem que ainda não é possível estabelecer os possíveis danos de escavar o mar profundo.
Fonte: Olhar Digital
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