Grande sensação da última temporada, quando terminou na sexta colocação e garantiu uma vaga na Liga Europa, o Brighton segue dando provas de que seu sucesso não tem nenhuma participação do acaso. A Premier League começa na sexta-feira (11) e o clube estreia no sábado, já preparado com boas movimentações no mercado.
Visto anteriormente como apenas um modesto clube da Costa Sul da Inglaterra, agora passa a encarar os gigantes do Big Six de igual para igual e quer continuar incomodando. E muito desse resultado parte do processo de gestão e olhar criativo na hora de mapear o mercado de transferências.
Com o radar voltado para mercados menos inflacionados, em especial para jovens atletas com potencial de crescimento, os Seagulls têm sido certeiros na captação de joias, obtendo um retorno técnico e financeiro quase que imediato.
Na última temporada, por exemplo, o Brighton apostou nas compras de Julio Enciso e Facundo Buonanotte, ambos de 18 anos, que eram promessas de Libertad, do Paraguai, e Rosario Central, da Argentina, respectivamente. O investimento na dupla, que teve papel direto no desempenho histórico do clube na Premier League, foi inferior a 18 milhões de euros, aproximadamente R$ 95 milhões.
E os exemplos não param por aí. Além de atingir o nível técnico esperado para competir entre os gigantes do país, o Albion ainda encontra margem para ampliar seu potencial econômico com as revendas dos jogadores. Foi assim no ano passado, quando o clube negociou Bissouma para o Tottenham e Cucurella para o Chelsea. Os negócios somados renderam quase 100 milhões de euros, quase 150% a mais do que o valor investido pelos dois jogadores.
Na atual janela de transferências, o Brighton se mantém em alta e com a possibilidade de lucrar ainda mais com vendas. Até o momento, os Seagulls já negociaram o campeão do mundo Alexis Mac Allister com o Liverpool por cerca de 42 milhões de euros e vivem a expectativa de uma venda estratosférica do jovem equatoriano Moisés Caicedo para o Chelsea.
Com confiança no mercado e dinheiro em caixa, o clube do Sul da Inglaterra aumentou o volume de seus investimentos, ainda que sem abrir mão de sua filosofia de apostar em jovens jogadores.
O exemplo disso é o atacante brasileiro João Pedro, de apenas 21 anos. Cria do Flu, o jogador foi comprado junto ao Watford por 34 milhões de euros (R$ 179 milhões), valor recorde na história do clube. Outra aposta veio do futebol belga. Com 20 anos, o promissor goleiro Bart Verbruggen era destaque do Anderlecht e chega ao Brighton por 20 milhões de euros.
Fechando a lista de investimentos até aqui, o Brighton sacramentou recentemente a contratação do zagueiro brasileiro Igor Júlio, de 25 anos, que estava na Fiorentina, e custou cerca de 17 milhões de euros aos cofres do clube.
Apesar de seguir o planejamento com a contratação de promessas, o Albion sabe que é necessário dar mais experiência para o elenco. Garantido na fase de grupos da Liga Europa, o clube usou a inteligência e aproveitou as oportunidades do mercado para encorpar o plantel sem ter de gastar grandes quantias.
Foi assim que o Brighton sacramentou as contratações do veterano James Milner, ex-Liverpool, e do alemão Mahmoud Dahoud, ex- Borussia Dortmund, que estavam livres no mercado e chegam ao clube sem custos de transferência.
Não se sabe se o mercado balanceado da atual janela renderá o mesmo sucesso dos Seagulls na última temporada, mas a capacidade de gestão aliada a capacidade de captação e inteligência nas negociações, já colocam o Brighton num lugar de mais destaque no futebol inglês e europeu.
Fonte: Ogol
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