O assassinato do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, pegou todos de surpresa e aconteceu a 11 dias das eleições, marcadas para dia 20 de agosto – elas foram antecipadas após o atual líder, Guilherme Lasso, dissolver a assembleia em maio, uma decisão que trouxe ao país o fantasma da instabilidade política. O chefe de Estado acionou pela primeira vez o artigo conhecido como “Morte Cruzada”. Ou seja, pela lei, ao dissolver a Assembleia, Lasso estava obrigado a convocar novas eleições presidenciais. Além de Villavicencio, outros sete candidatos se registraram para concorrer ao cargo: Yaku Pérez, líder indígena, Daniel Noboa, ex-deputado, Luisa González, ex-deputada, Jan Topic, economista, Otto Sonnenholzner, ex-vice-presidente, Bolívar Armijos, advogado e Xavier Hervas, empresário – Lasso não está concorrendo.
O assassinato do político e jornalista, leva ao questionamento sobre como ficam as eleições presidenciais após o ocorrido. Apesar de haver aqueles que acharam que ela poderia ser adiada, não é o que vai acontecer, o pleito vai continuar sendo realizado no dia 20. “A data permanece inalterada […], em cumprimento às exigências constitucionais e legais”, afirmou Diana Atamaint, titular do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em vídeo publicado no YouTube após uma reunião do gabinete de Segurança e outros altos funcionários em que ela aparece ao lado de Lasso. As no Equador ficaram ainda mais incertas com o ocorrido, até porque, ao menos três candidatos suspenderam suas campanhas. Um deles foi Jan Topic, foi ameaçado publicamente por supostos membros da facção ‘Los Lobos’ que reivindicaram a autoria do crime – outro grupo que alega ser o verdadeiro compartilharam um vídeo dizendo que não eram os responsáveis pelo ocorrido.
Antes do assassinato de Villavicencio, uma pesquisa de intenção de votos feita pela ClickReport, entre 4 e 6 de agosto, mostrava uma disputa embolada pelo segundo lugar, enquanto na primeira posição, com mais de 10 pontos de diferença, aparece a candidata Luisa Gonzáles.
Para os próximo dias, Diana Atamaint, titular do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), informou que as Forças Armadas e a polícia vão redobrar a segurança em todas as seções eleitorais” de modo a garantir que a população vote de forma “livre, em paz e com segurança”. Atualmente, o país está sob estado de exceção desde o assassinato e o Exército foi mobilizado para ocupar as ruas. A insegurança é um dos principais pontos que o próximo presidente vai ter que lidar. Uma pesquisa do instituto AS/COA, feita em julho, perguntou aos eleitores o que eles consideravam mais importante na hora de escolher um candidato. O tema “insegurança” foi o mais citado. O equador sofre com um forte onda de violência, que está ligada ao narcotráfico.
Fonte: Jovem Pan News
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