Em quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto na disputa presidencial no Equador, Fernando Villavicencio foi assassinado na noite desta quarta-feira, 9. O candidato foi morto a tiros enquanto participava de um encontro político na capital Quito quando foi baleado três vezes na cabeça. Um dos suspeitos do crime foi morto pela polícia e, até o momento, seis pessoas foram presas. Aos 59 anos, Villavicencio fez carreira como jornalista investigativo. No exercício de sua formação, atuou em denúncias de corrupção no governo do Equador, chegando, inclusive, a acusar o ex-presidente do país, Rafael Correa, de crimes contra a humanidade. Esse caso fez com que fosse condenado a 18 meses de prisão por injúrias contra Correa. Ele alegava ser perseguido pelo mandatário. Para evitar a prisão, se escondeu na selva amazônica. Em 2016, um juiz voltou a ordenar sua prisão por usar e-mails hackeados em uma investigação sobre corrupção na Ecopetrol, o que fez com que ele se refugiasse no Peru até 2017. Na ocasião, o sucessor de Correa, Lenín Moreno, permitiu seu retorno ao país. Correa foi condenado a oito anos de prisão por causa das investigações de Villavicencio e, atualmente, vive na Bélgica.
A última denúncia apresentada por Villavicencio envolve o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo de Correa, e a Petroecuador, por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras. Atualmente, Villavicencio era deputado na Assembleia Nacional e chegou a presidir a Comissão de Supervisão da Assembleia entre 2021 e 2023. Em seu mandato, teve confrontos tanto com grupos da oposição quanto com o governo. Sua chapa com a ambientalista Andrea González foi anunciada em maio pelo partido Movimento Construye, tendo como principal bandeira o combate à corrupção. “É hora dos corajosos”, dizia o slogan da campanha. Dentre suas propostas, está a aplicação do Plano Nacional Antiterrorista, que identificariam estruturas que operam ilegalmente no país (narcotráfico, mineração ilegal, etc), e a construção de uma prisão de segurança máxima. Além disso, militarização dos portos e criar uma unidade antimáfia com apoio estrangeiro para perseguir organizações criminosas também estava no plano de governo de Villavicencio.
O Equador se preparava para eleger o presidente, o vice-presidente e os 137 parlamentares que iriam compor a Assembleia Nacional. A eleição segue marcada para o dia 20 de agosto. Em maio, o presidente Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia para encerrar a “crise política grave a comoção interna”. Na época, a Casa realizava o julgamento do processo de impeachment para destituir Lasso. Nas últimas parciais, Luisa Gonzáles, apoiada por Correa, aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto, com 29,2%, seguida por Yaku Pérez, que soma 14,4%. Otto Sonnerholzner tem 12,3% seguido por Jan Topic, 9,6%, e por Villavicencio, com 7,5%. Brancos e nulos somam 16,9%, enquanto outros candidatos, somados, têm 10,1% das intenções.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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