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‘Situação de desgoverno’, diz pesquisador da USP sobre Equador após assassinato de candidato

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Em razão do assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio nesta quarta-feira, 9, no Equador, o governo declarou estado de exceção nesta quinta-feira, 10. Para falar sobre a situação política do país após o atentado, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o coordenador geral do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (GACInt) da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Pfeifer, que destacou o contexto instável no Equador. “Depois de uma instabilidade política muito grande, o atual presidente Lasso dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas. Isso evidentemente também solapou a condição de estabilidade interna, abriu frestas, já que há um embate muito grande entre o parlamento e o executivo. O presidente ficaria no cargo até 2025, agora as eleições em 20 de agosto representam o fim do seu governo. Há uma situação de desgoverno, uma situação de frouxidão das autoridades públicas e, apesar de todo o aparato policial que se vê nas imagens em torno do candidato, o crime organizado logrou uma operação bastante forte, com uso de armamento pesado e granadas.”

Um dos suspeitos de assassinar o candidato presidencial morreu em um tiroteio com agentes de segurança pouco depois do atentado. Além disso, ao menos seis outros suspeitos de participação no crime foram detidos. Para Pfeifer, é importante destacar que o histórico de Villavicencio no combate à corrupção e ao crime organizado é fator importante para se analisar o assassinato: “O candidato Villavicencio era um jornalista que era combativo, um jornalista investigativo que havia apresentado várias denúncias contra o governo do então presidente Rafael Correa, que ficou no poder por dez anos (…) Ele estava em quinto lugar em algumas pesquisas confiáveis na corrida eleitoral, sendo que são oito candidatos. Lidera esta corrida eleitoral a candidata ligada a Rafael Correa. As informações são preliminares, mas parece que efetivamente é o crime organizado que está por trás desse assassinato”.

“É um emaranhado de fatores que estão sendo considerados. A atuação dele como parlamentar, como jornalista investigativo, a atuação dele junto à principal empresa e elemento da economia equatoriana, que é a produção e exportação de petróleo. É difícil, neste momento, se deslindar qual foi o fator imediato que levou ao assassinato deste candidato. Ele era combativo, tinha na corrupção das autoridades públicas o maior foco da sua atuação e naturalmente a corrupção das autoridades está ligada ao crime organizado”, analisou o pesquisador da USP. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

Fonte: Jovem Pan News

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