Se na última temporada o Betis investiu cerca de 25 milhões de euros em reforços, apostando em atletas brasileiros, nesta janela de transferências o clube focou em oportunidades de negócio para fortalecer o elenco, que já vem de um bom ano e agora, mais experiente, tenta ir além.
Para 2022/23, os andaluzes gastaram toda a verba para transferências para trazer Willian José, Luiz Henrique e Abner, os dois últimos atletas jovens e com projeção. Luiz Felipe chegou da Lazio e se tornou um dos pilares da equipe, que terminou em sexto lugar em La Liga. A média de idade da equipe era de 26 anos.
O perfil buscado pela diretoria no novo mercado de transferências foi de jogadores mais experientes, em contratações sem custos. A média de idade do elenco atual, com as últimas contratações feitas, passou para 28 anos, e o elenco ganhou reforços com experiência em grandes competições.
Se até o momento lucrou cerca de 25 milhões de euros com vendas, boa parte envolvendo negócios com o futebol mexicano (Canales e Lainez foram para a Liga MX), o Betis ainda não fez altos investimentos no mercado. Mesmo na contratação de Chadi Riad, o time só pagará o valor da compra definitiva (obrigatória em contrato) na próxima temporada (cerca de 2,5 milhões de euros).
O marroquino, de 20 anos, foge um pouco do perfil de reforços mais experientes para a temporada. Chadi é, também, uma aposta para o futuro do clube. Com 20 anos, o zagueiro foi formado em La Masia e só fez um jogo como profissional do Barcelona. Na última temporada, foram 37 partidas na equipe B.
Outro jogador formado pelo Barça que vai jogar no Betis na próxima temporada é Marc Bartra, esse mais experiente. O zagueiro, de 32 anos, retorna aos Verdiblancos depois de rescindir com o Trabzonspor, da Turquia. Bartra havia defendido o clube entre 2018 e 2022.
Héctor Bellerín, outro com passagem no Camp Nou, é mais um que chegou sem custos. O lateral direito, que viveu a melhor fase da carreira no Arsenal, chegou de graça após não conseguir destaque no Sporting, de Portugal. Álex Collado seria outro ex-Barça a defender o Betis na temporada, mas, apesar de ter assinado com o clube, também em transferência sem custos, acabou imediatamente emprestado ao futebol saudita.
O Betis também trouxe da Premier League Marc Roca, cedido pelo Leeds por empréstimo, e Ayoze Pérez, que já estava no time na última temporada, mas agora assina em definitivo com o fim de seu contrato no Leicester City.
Além de buscar reforços sem custo, o Betis tem como meta conseguir uma grande venda ainda nesta janela. Os andaluzes estão chamando isso de “operação saída”. Depois da rescisão do lateral direito Martín Montoya, o clube busca lucrar com a venda de pelo menos mais um jogador com projeção de mercado.
Hoje, Willian José é a grande esperança da equipe. O brasileiro teve sondagens do futebol mexicano e do futebol árabe, mas, até o momento, não recebeu propostas concretas. O Betis estaria esperando pelo menos dez milhões de euros pelo atacante. Além do valor de transferências, a equipe conseguiria, também, economizar em um dos maiores salários do elenco.
Luiz Felipe, outro brasileiro do elenco, também tem projeção no mercado e poderia significar uma venda “grande”. Ainda mais jovem que Willian José e com um desempenho bom na última temporada, o brasileiro teria atraído o interesse do futebol inglês. Também, porém, sem uma proposta formalizada.
Com a base mantida, até o momento, e o elenco reforçado com nomes importantes, o Betis buscar dar um passo além na próxima temporada. Se flertou com o G4 na última temporada, o time acredita que em 23/24 pode conseguir algo a mais do que uma vaga na Liga Europa.
Ao longo da última temporada, Pellegrini conseguiu dar mais equilíbrio a um time que tinha um ataque forte, mas que defensivamente mostrava pouca solidez. As presenças de Guido Rodriguez e William Carvalho no meio deram o equilíbrio necessário na transição defensiva, com boa ocupação de espaço em zonas centrais.
Carvalho, também, conseguiu progredir com mais eficiência no último terço, aparecendo no top 10 de meias com mais passes no último terço. O volante português foi o box to box perfeito para controlar o ritmo do time e dar mais objetividade aos ataques. O time passou a precisar de menos passes para conseguir definir as jogadas. A presença de Rodriguez (e também Guardado) na primeira fase de construção, ao lado dos zagueiros, também permitiu que Carvalho desse um passe adiante.
Na linha de zaga, Bartra também pode acrescentar qualidade na primeira fase de construção da equipe, assim como Bellerín, lateral construtor. A chegada de Roca, meia com passe vertical qualificado, pode potenciar ainda mais a evolução da equipe e, também, o avanço com bola em jogo sustentado. Isco, em uma linha mais adiantada, qualifica a chegada no último terço.
O torcedor no Benito Villamarín tem motivos para acreditar em uma temporada ainda mais forte do Betis. Com os jovens que chegaram na última temporada mais adaptados e influentes e os reforços pontuais de peso, Pellegrini pode fazer os Verdiblancos sonharem mais alto.
Fonte: Ogol
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