Sem sombra de dúvidas, assim como ocorreu há 78 anos nas explosões das cidades de Hiroshima e Nagasaki, o estrago da bomba atômica no Brasil seria bem grande. Mas para saber os detalhes sobre esse impacto mortal, podemos analisar (hipoteticamente) a destruição em algumas cidades em território nacional.

Contudo, vale à pena voltar um pouco ao passado para ter uma ideia da proporção de um evento como esse e suas consequências. Quais foram os estragos imediatos e a longo prazo nas cidades japonesas alvejadas pela nação mais poderosa do mundo? E como seria o estrago de uma bomba atômica em alguns estados brasileiros? Confira agora!

Efeitos das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki

Hiroshima

Em 1945, após alguns anos de conflito entre Japão e os Estados Unidos, em consequência da Segunda Guerra Mundial e, principalmente, pelo ataque à base americana de Pearl Harbor, os americanos tramavam uma vingança aos japoneses.

Infelizmente essa vingança viria em uma proporção gigantesca, com a explosão da maior arma de destruição em massa já criada. A bomba atômica denominada Little Boy foi lançada no dia 06 de agosto de 1945 sobre a cidade de Hiroshima às 8h15 da manhã. Hiroshima, que tinha 256 mil habitantes, foi completamente devastada com a morte imediata de 70 mil pessoas e até o fim do ano de 1945, outras 60 mil morreram vítimas das sequelas da explosão nuclear.

A Little boy, que foi lançada a 3 metros de comprimento e 75 cm de largura, e pesando quatro toneladas, com 72 quilos de urânio 235, demorou apenas 43 segundos para explodir. Dessa forma, a temperatura do núcleo da bomba foi de 50 milhões de graus centígrados e liberou 500 milhões de volts de energia.

Nagasaki

Após a comemoração de Truman, o presidente norte-americano na época, o mundo percebeu que a história da bomba nuclear ainda teria um segundo capítulo na história. Afinal, Trumam fez questão de reafirmar a continuação do horror:

“Pouco tempo atrás, um avião americano lançou uma bomba em Hiroshima e destruiu sua utilidade para o inimigo. Os japoneses começaram a guerra pelo ar em Pearl Harbor. Receberam o troco muitas vezes. E ainda não acabou. Com esta bomba adicionamos um novo e revolucionário incremento em destruição”.

Lamentavelmente, em menos de três dias após a destruição de Hiroshima, os americanos lançaram a Fat Man, uma bomba com o equivalente a 20 toneladas de TNT, sobre a pequena Nagasaki. A cidade tinha apenas 173 mil pessoas, e mais da metade da população morreu com a bomba atômica. Primeiramente, foram 35 mil mortes imediatas e 100 mil em consequência da radiação nos anos que se seguiram.

Bomba atômica: como seria o estrago no Brasil?

Com o lançamento do filme Oppenheimer, que conta a história do criador da bomba atômica que destruiu Hiroshima e Nagasaki, o assunto sobre esse tipo de arma nuclear voltou à cena. E muitas pessoas estão se perguntando, como seria se uma bomba atômica explodisse no Brasil.

Vale lembrar que nem só com os relatos das devastadas Hiroshima e Nagasaki podemos medir os efeitos de uma arma nuclear, pois hoje em dia existem ogivas de proporções ainda maiores, bem mais potentes.
São mais de 12 mil armas nucleares de destruição em massa distribuídas em nove países: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte.

Isso se considerarmos apenas o que é de conhecimento público, pois até por uma estratégia de guerra é possível que alguns líderes mundiais nem mencionem o número de bombas e tipos de armas nucleares que realmente possuem.

No entanto, para termos mais ou menos uma ideia do que aconteceria em nossas respectivas cidades com o lançamento de uma bomba atômica com 20 kilotons, existe um simulador na internet no site NuclearSecrecy.

Em matéria do jornal “O Globo”, foi possível ver os resultados de alguns desses testes realizados em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.No Rio de Janeiro, por exemplo, foi relatado que a ferramenta calculou que 20.160 pessoas teriam mortes instantâneas e outras 9.220 ficariam feridas. Nesse contexto, o cenário devastador teria uma distância de 263 metros, ou seja, você teria que estar bem longe para não ser atingido.

Na capital paulista, a cena seria ainda pior, pois a concentração de pessoas é bem maior. Imagine a bomba na Avenida Paulista, onde foi colocado o simulador na ferramenta, a explosão faria um imenso terror, ceifando imediatamente mais de 67 mil vidas e deixando ainda uns 50 mil feridos. Um verdadeiro horror, não é mesmo?

Já em Brasília, a capital federal teria um impacto trágico, em que de imediato haveria a perda de 37.350 pessoas e cerca de 65.000 ficariam feridos, fora os que viessem a falecer depois em consequência de radiações nucleares, como aconteceu em Hiroshima e Nagasaki, muitas vezes até mais pessoas do que na hora da explosão.