Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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INSS: Robô já decide quase metade dos pedidos de aposentadoria

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Uma importante decisão para os trabalhadores brasileiros está sendo influenciada pela tecnologia, à medida que o INSS automatiza a concessão de aposentadorias. Nos meses de fevereiro, abril e maio deste ano, o robô do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou quatro em cada 10 pedidos de aposentadoria. No entanto, o uso da automação levanta questionamentos devido ao aumento de recursos solicitando revisões de pedidos negados.

Uso da Tecnologia no INSS O processo de automação do INSS teve início em 2017 com a introdução do aplicativo Central de Serviços. Esse sistema foi substituído pelo MeuINSS, que atualmente é o principal canal de atendimento, sendo o único meio pelo qual as aposentadorias podem ser solicitadas.

“Antes, tudo era analisado em papel para verificar os vínculos, e cada etapa do pedido do cidadão era executada por um sistema diferente. Passamos a integrar as diferentes plataformas e a usar o CPF como chave primária [identificador único] para reunir as informações dos contribuintes”, explica Ailton Nunes, diretor de tecnologia da informação do INSS.

O robô substitui a necessidade de análise humana de pilhas de papel e aprova a solicitação em segundos, desde que os dados e o tempo de contribuição estejam dentro dos parâmetros legais exigidos.

No entanto, especialistas apontam que a tecnologia rejeita pedidos por falta de documentos, não considera o alto analfabetismo digital entre idosos e prejudica o atendimento presencial para esclarecer dúvidas.

Aumento de Pedidos de Revisão Resumidamente, apenas pedidos com dados perfeitos são aceitos, o que não é a realidade da maioria devido a erros de cadastro. Isso tem levado a um aumento no número de pedidos de revisão das decisões do INSS.

Estima-se que a fila de espera por aposentadorias tenha 1,7 milhão de pessoas, enquanto a fila de análise de tarefas pendentes chegue a 7,6 milhões.

Segundo o INSS, o robô mantém a taxa histórica de aprovação, concedendo metade dos pedidos na fase inicial. No entanto, especialistas defendem que o sistema deveria identificar erros e encaminhar os casos para análise humana, a fim de evitar negações que poderiam ser corrigidas.

Outra questão é que nem todos os registros de beneficiários estão digitalizados, o que prejudica o processo.

Falta de Servidores e Desafios O INSS é criticado por investir em tecnologia sem resolver a falta de servidores. A digitalização dos processos foi discutida desde 2015, quando se previa que metade da força de trabalho do órgão se aposentaria em 2019. O INSS reconhece que a automação ajuda, mas a contratação de servidores ainda é crucial.

“A tecnologia simplifica o processo, mas ainda precisamos de pessoal. Queremos que a automação resolva questões simples, deixando as complexas para os servidores”, diz Ailton Nunes, diretor de tecnologia do INSS.

Alfabetização Digital A falta de pessoal afeta o atendimento. Com a migração dos pedidos para o MeuINSS, as agências agora atendem somente com agendamento e realizam perícias. Isso cria problemas para idosos que não têm conhecimentos em informática e para quem não tem acesso a um telefone fixo.

O sistema também enfrenta indisponibilidades frequentes. Desde o início do ano, houve 51 instabilidades nos sistemas do INSS. O órgão afirma estar investindo em infraestrutura para modernizar os sistemas.

Fonte: Olhar Digital

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