O direitista Santigo Peña assumiu nesta terça-feira, 15, por volta das 8h47 (9h47 de Brasília), à presidência do Paraguai. Ele venceu as eleições em abril e ficará no poder até 2028. “O sucesso é conseguir fazer com que todos os paraguaios fiquem melhor e que o mundo testemunhe o ressurgimento de um gigante”, disse Peña em seu discurso de posse. “Celebramos a vitória da liberdade e da democracia”, disse perante o presidente do Congresso, Silvio Ovelar. Anteriormente, o vice-presidente, Pedro Alliana, havia tomado posse na esplanada do Palácio de los López, a sede do governo da República do Paraguai, lotada de convidados. Economista de formação, com estudos nos Estados Unidos, Peña garantiu que em seu mandato pretende “transformar o Paraguai em um centro de integração latino-americana” perante os presidentes da Argentina, Alberto Fernández; Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Uruguai, Luis Lacalle Pou; Bolívia, Luis Arce; e Chile, Gabriel Boric. Além dos líderes da América Latina, também esteve presente na cerimônia rei Felipe VI da Espanha e o vice-presidente de Taiwan, William Lai. O Paraguai é o único país sul-americano que mantém relações diplomáticas com Taiwan e não com a China. Em meados de julho, o chefe de Estado paraguaio visitou Taiwan, como sinal da importância que esse vínculo terá durante seu governo.
Peña, o presidente mais jovem que o Paraguai teve na era democrática, pertence ao partido Colorado, que governou o país desde a década de 1950 quase ininterruptamente, com exceção do mandato do esquerdista Fernando Lugo (2008-2012). Durante sua posse, ele recordou a situação na Ucrânia e instou todas as partes envolvidas no conflito a “interromper imediatamente as ações militares para evitar mais vítimas e danos”. “Mantemos vínculos econômicos, culturais e históricos com o povo russo, mas não podemos ficar indiferentes à agressão militar sofrida pelo povo ucraniano, com terríveis consequências para o desenvolvimento humano”, declarou. Nesse sentido, comentou que a Ucrânia está sofrendo “o mesmo destino que o Paraguai sofreu durante a Guerra Grande” ou da Tríplice Aliança (1864-1870), na qual enfrentou uma coalizão formada por Brasil, Argentina e Uruguai.
“Fomos invadidos por potências maiores e como consequência perdemos 60% do nosso território e 90% da população masculina. Este conflito deixou graves consequências até hoje. 153 anos após o fim da guerra, continuamos nosso processo de recuperação”, destacou. Da mesma forma, o novo presidente paraguaio ressaltou que acredita no diálogo e não na força como mecanismo para solucionar qualquer controvérsia. “Apoiamos as iniciativas de paz promovidas tanto pelo Brasil, país irmão e aliado estratégico, quanto pelo papa Francisco, que tivemos o orgulho de receber em 2015 e cuja comovente presença ainda hoje inspira todos os paraguaios”, acrescentou Peña. Em seu discurso de posse, Peña também declarou que seu país tem capacidade para desempenhar um papel estratégico em um contexto marcado por tensões geopolíticas relacionadas ao acesso à água, à segurança alimentar e à suficiência energética. “Como o Paraguai é uma potência nesses três grandes temas, estamos destinados a ser protagonistas no concerto das nações”, destacou.
Além disso, garantiu que seu país está determinado a “abandonar a imagem de ilha rodeada por terra”, como descreveu o escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, e antecipou que buscará se tornar o “centro da integração sul-americana”. Nesse sentido, desempenhou como um de seus principais objetivos estratégicos “contribuir para melhorar o funcionamento do Mercosul”. “Estamos cientes dos avanços alcançados no caminho da integração, mas não podemos estar satisfeitos e devemos seguir com coragem e entusiasmo”, destacou, destacando a presença de Lula e dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández; do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou; e da Bolívia, Luis Arce.
*Com agências internacionais
Fonte: Jovem Pan News
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