A história da humanidade é marcada pela utilização de variadas ferramentas feitas de materiais orgânicos, fundamentais para o progresso da nossa espécie. Recentemente, arqueólogos da Universidade das Filipinas lançaram luz sobre o papel desempenhado pelo bambu no passado, levantando a hipótese de uma “Era do Bambu”.
Essa fase seria datada de cerca de 39 mil anos atrás. A descoberta revoluciona as perspectivas históricas e desafia a compreensão das origens das habilidades humanas.
Em regiões tropicais, onde a deterioração é acelerada devido ao clima, identificar vestígios de materiais vegetais em artefatos antigos é um desafio para os arqueólogos. Na província de Palawan, nas Filipinas, cientistas desvendaram indícios cruciais nas Cavernas de Tabon. Análises minuciosas com microscópios revelaram fragmentos de plantas aderidos a ferramentas de pedra arcaicas, trazendo à tona uma história apagada há quase quatro milênios.
According Associate Professor Hermine Xhauflair of the UP Diliman School of Archaeology, “people in Tabon Cave were already processing plant fibers to make baskets and ties 39,000 to 33,000 years ago.” https://t.co/OE7alKVkjj via @Official_UPDpic.twitter.com/soICIvcb0Y
— University of the Philippines (@upsystem) July 5, 2023
Uso de fibras vegetais por povos pré-históricos é mais antigo do que se pensava
Por meio de datação por radiocarbono, os pesquisadores identificaram que as ferramentas em questão têm aproximadamente 39 mil anos, demonstrando que o domínio das fibras vegetais no sudeste asiático é mais antigo do que se pensava, datando de 8 mil anos a mais.
Isso sugere que o bambu era o material preferencial para a confecção de ferramentas nessa época, devido à sua abundância na região – o que leva à nomenclatura “Era do Bambu”.
As revelações das Cavernas de Tabon desencadeiam questionamentos sobre a longevidade das habilidades humanas de manipular e estabelecer utilidades para plantas. Com pesquisas em andamento, a busca por desvendar os mistérios dessas antigas técnicas prossegue, no intuito de trazer uma compreensão mais profunda das estratégias de sobrevivência dos habitantes pré-históricos.
Hermine Xhauflair, uma das autoras do estudo, destaca a relevância das descobertas de Tabon para compreender a evolução humana e a complexidade de comportamentos passados. As técnicas desconhecidas empregadas por grupos pré-históricos sugerem um vasto território inexplorado de conhecimento, ansioso para ser revelado.
Fonte: Olhar Digital
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