Já imaginou um dispositivo que lê seus pensamentos e reproduz aquilo que você está pensando? Bom, esse ainda não é o caso, mas cientistas deram um passo importante nesse campo da neurociência utilizando um aparelho que interagiu com o cérebro para recriar um clássico do Pink Floyd do zero, só com pensamentos de pacientes.
No experimento, neurocientistas da Universidade da Califórnia, em Berkley, reconstruíram “Another Brick in The Wall, Part 1“, da banda britânica Pink Floyd, apenas com atividade cerebral, informou o Wall Street Journal.
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Por que utilizar a música do Pink Floyd?
De acordo com Ludovic Bellier, neurocientista cognitivo e principal autor do estudo, o que levou a equipe a utilizar o clássico da banda de rock progressivo é que ela tem muitas camadas, diferentes instrumentos e ritmos.
A razão científica, que mencionamos no artigo, é que a música tem muitas camadas. Ele traz acordes complexos, diferentes instrumentos e diversos ritmos que o tornam interessante de analisar. A razão menos científica pode ser que realmente gostamos do Pink Floyd.
Ludovic Bellier, neurocientista cognitivo e principal autor do estudo.
Qual a contribuição do estudo?
Há décadas, neurocientistas trabalham na decodificação do que as pessoas estão vendo, ouvindo ou pensando com base na atividade cerebral. Anteriormente, outros estudos já conseguiram reconstruir gravações de áudio de palavras que os participantes escutaram. Também foi possível reproduzir imagens vistas ou imaginadas por pessoas, como rostos ou fotografias de paisagens. O novo estudo é o primeiro a sugerir que os cientistas podem analisar o cérebro para sintetizar música.
De acordo com Dr. Robert Knight, neurocientista da Universidade da Califórnia em Berkeley, o objetivo dos pesquisadores com essa nova descoberta é alavancar a tecnologia para desenvolver próteses neurais possibilitem falar com mais naturalidade via atividade cerebral.
A saída desses dispositivos [próteses neurais] tem uma qualidade monotônica, meio robótica. A música, devido aos seus fortes componentes emocionais e rítmicos, nos permitiria adicionar um componente eficaz à fala [gerada por computador].
Dr. Robert Knight, neurocientista da Universidade da Califórnia em Berkeley
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Fonte: Olhar Digital
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