O processo de remoção biológica do fósforo dos esgotos atualmente depende de bactérias: elas absorvem a substância na água e são retiradas junto ao lodo, nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). Isso reduz os danos que o composto pode ter no meio ambiente, mas tem sido dificultado pela abundância dele na água. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que esse processo por ser ainda mais aprimorado ao observar a interação das bactérias já usadas com os nutrientes presentes nos resíduos do esgoto.

De onde vem o fósforo e danos ao meio ambiente

Segundo o professor e coordenador do estudo Welington Luiz de Araújo, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), ao Jornal da USP, o fósforo resulta de decomposição de matéria orgânica, principalmente de alimentos gordurosos, e detergentes presentes no esgoto sanitário.

O principal dano causado pelo fósforo no meio ambiente é que o elemento é essencial para o crescimento de plantas e algas nos rios. Assim, facilita a eutrofização, no qual essas plantas crescem mais do que o normal e retiram o oxigênio das águas, matando animais aquáticos, por exemplo.

Outro problema é que pode causar o aumento de cianobactérias que liberam toxinas mortais aos peixes.

Representação do tratamento de esgoto atual nas ETEs (Foto: USP/Reprodução)

Tratamento atual vs. descoberta da USP

Benefícios de um novo tratamento

Segundo o coordenador do estudo, o uso combinado das duas estratégias pode diminuir ainda mais os impactos do fósforo no meio ambiente. Além disso, como o método foi testado em condições reais, poderá ser replicado, analisando as variáveis das próprias estações de tratamento.