A Bundesliga 2023/24 bate na porta, e muitas das mesmas perguntas dos últimos anos parecem se repetir: será que o Bayern de Munique manterá sua dinastia no campeonato, ou o Dortmund ousará, mais uma vez, desafiar os soberanos? Nesta edição, outras histórias paralelas, também, prometem ser escritas. Como o conto de fadas do Heidenheim, que esperou 177 anos para chegar na elite do futebol alemão. Ou a sequência do interessante trabalho de Xabi Alonso no Bayer Leverkusen.
Depois de uma última temporada eletrizante, com o título só definido na última rodada, o Campeonato Alemão promete mais emoções, com alguns coadjuvantes que podem almejar um protagonismo maior. E com um gigante em busca de uma soberania nunca antes vista.
O Bayern detém uma sequência de 11 títulos seguidos da Bundesliga. É a maior hegemonia do futebol europeu. Tudo indica que a sequência de títulos não deve parar nesta temporada, pela postura agressiva dos bávaros no último mercado de transferências.
Conhecido no mercado por ponderar contratações mais caras, o Bayern investiu 100 milhões de euros na contratação de Harry Kane, do Tottenham. Simplesmente a contratação mais cara da história do clube. Depois de dedicar uma carreira aos Spurs, Kane chega para ser um dos principais nomes da Bundesliga.
Os bávaros também gastaram 50 milhões no zagueiro Kim, do Napoli. A contratação é a quarta mais cara da história do clube. Chegaram ainda, sem custos, Laimer, ex-Leipzig, e Raphael Guerreiro, ex-Dortmund, confirmando a postura do clube no mercado de também enfraquecer os rivais.
Talvez uma das grandes interrogações da Bundesliga é o Dortmund. Na última temporada, os Aurinegros deixaram o título escapar no último instante. Agora, terão, mais uma vez, a missão de tentar acabar com a dinastia bávara, e sem o grande nome da equipe em 22/23.
O Dortmund perdeu Jude Bellingham para o Real Madrid. Os 100 milhões recebidos pela venda de Bellingham até o momento não foram prontamente reinvestidos para reforçar o time. A contratação mais cara dos Aurinegros até o momento foi Felix Nmecha, jovem meia alemão do Wolfsburg que custou 30 milhões de euros.
O Dortmund ainda contratou para o meio Marcel Sabitzer, ex-Bayern. Ramy Bensebain, que se destacou no Monchengladbach nas últimas temporadas, chegou como transferência livre para substituir Raphael Guerreiro na lateral esquerda.
Sem os jogadores fora de série que deixaram o time nas últimas temporadas, o Dortmund aposta no amadurecimento de nomes como Reyna, Adeyemi, Gittens e Moukoko, além da experiência de Hazard, Reus, Haller, Hummels, Meunier e companhia.
Talvez se tivéssemos que apontar, hoje, uma terceira força no campeonato, talvez até rivalizando com o Dortmund, o Bayer Leverkusen apareceria em destaque. Pela continuidade do bom trabalho de Xabi Alonso, e também pela ambição que os Farmacêuticos mostraram no mercado.
A ampliação do contrato de Xabi Alonso na BayArena, até 2026, mostrou que o treinador conseguiu uma base sólida para o projeto do clube. Na última temporada, Alonso substituiu Seoane e recuperou a auto estima do clube, terminando em alta a Bundesliga.
Agora, o treinador, já consolidado com seu 3-4-3, ganhou reforços importantes para a sequência do trabalho. Granit Xhaka, ex-Arsenal, será a figura central do time, sendo protagonista na progressão do jogo. Uma espécie de espelho de Xabi dos tempos de jogador.
Outra contratação importante foi o nigeriano Victor Boniface, artilheiro da Liga Europa pelo St. Gilloise, da Bélgica, comprado por 20 milhões de euros. Também chegaram o lateral espanhol Álex Grimaldo e o meia alemão Jonas Hofmann, ex-Monchengladbach.
Fundado em 1846 como associação esportiva, o Heidenheim, que tem estádio para 15 mil pessoas, jogará, pela primeira vez em sua história, a Bundesliga. O clube conseguiu o acesso de maneira épica, com gol da vitória marcado no último minuto, para derrubar o gigante Hamburgo e garantir a subida de divisão.
A grande figura do time é o técnico Frank Schmidt, que assumiu ainda em 2007 e fez todo o caminho, da quinta divisão até a elite, sendo campeão da terceira e da segunda divisões com o clube. Schmidt conta com um elenco sem estrelas, sem contratações milionárias.
“Não sabemos exatamente o que esperar. E adoro coisas novas. Cada jogo será especial para nós”, disse Schmidt sobre o novo desafio na Bundesliga. O lema do técnico, e do time, é o “não existe o impossível”. O conto de fadas será vivido rodada após rodada.
Não podemos deixar de falar do RB Leipzig. Figurando sempre no G4 da Bundesliga nas últimas temporadas, a equipe da Red Bull deu o primeiro show da temporada na Alemanha, vencendo o Bayern de Munique por 3 a 0 para conquistar a Supercopa Alemã. Dani Olmo foi o grande destaque do duelo e promete ser um dos protagonistas do time na temporada.
Mais uma vez, o Leipzig apostou em jovens jogadores no mercado de transferências. Todos os 150 milhões de euros investidos em reforços foram em jogadores sub-23. Destaque para o atacante Lois Openda, ex-Lens; para o zagueiro Lukeba, ex-Lyon; o meia Baumgartner, ex-Hoffenheim; e Sesko e Seiwald, dupla que veio do RB Salzburg. Xavi Simons, grande promessa do futebol holandês, chega emprestado do PSG.
As contratações de caras novas foram necessárias para reformular o elenco dos Touros. O Leipzig faturou mais de 240 milhões de euros com vendas no mercado, perdendo figuras importantes como o zagueiro Gvardiol, o meia Szoboszlai e o atacante Nkunku.
O RB Leipzig fará um dos principais jogos da rodada 1, contra o Leverkusen, na BayArena, sábado, 10h30. A abertura do campeonato será na sexta, 15h30, com o Werder Bremen recebendo o Bayern de Munique, no Weserstadion.
Fonte: Ogol
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