Duas novas aranhas pernudas foram descobertas na Austrália e na Ilha de Reunião, na costa de Madagascar. Ambas as espécies são cegas e incolores, provavelmente devido ao lugar onde vivem.
As novas aranhas são da família Pholcidae, que compreende espécies encontradas no mundo todo, conhecidas por terem penas longas e finas. Elas preferem por viver em ambientes mais escuros e são comumente confundidas com outros aracnídeos, os opiliões.
Ambas as espécies foram encontradas em locais subterrâneos, o que deve ter levado elas a desenvolverem suas características. Muitas vezes animais que vivem no subsolo, como essas aranhas, perdem a cor e a visão a fim de pouparem energia e realoca-la em outro lugar, como no desenvolvimento de um olfato mais aguçado que possibilitará um melhor compreensão dos ambientes sem luz em que vivem.
As espécies de aranha
A espécie australiana foi a primeira a ser descoberta. Os pesquisadores as encontraram em poços de mineração em Pilabra, na Austrália Ocidental. Elas pertencem ao gênero Belisana, que até então pensava-se viver apenas na Ásia e no Nordeste da Austrália, do outro lado do país.
Os pesquisadores acreditam que toda essa distância geográfica entre elas pode ser provavelmente explicada pelas mudanças no clima e vegetação da Austrália nos últimos milhões de anos. Há cerca de 60 milhões de anos, o país era coberto por florestas, quando a parte central e o oeste ficaram mais secos, muitas das espécies de aranhas Belisana que vivam na região morreram, mas a espécie recém descoberta, batizada de Belisana coblynau já havia se adaptado ao ambiente subterrâneo, que não sofreu tantas mudanças quanto a superfície.
Já a aranha encontrada na Ilha de Reunião vive em túneis formados pela passagem de lava derretida. Elas pertencem ao gênero Buitinga e suas parentes mais próximas vivem no continente africano, não podendo ser encontradas em Madagascar que é mais próximo da ilha de domínio francês.
Isso complica para os pesquisadores entender como elas chegaram até lá, porque as aranhas pernudas bebês não fazem paraquedas de seda para serem levadas para longe pelo vento. As hipóteses são que elas acabaram na ilha devido a um único vento, ou a partir de um tronco de árvore arrastado para longe do continente durante uma tempestade, carregando um grupo dessas aranhas.
A descoberta dessas duas aranhas subterrâneas pode ajudar os pesquisadores a entender melhor como as espécies evoluem, se movem ao longo do tempo e como podem ser encontrados nos lugares mais estranhos do planeta.
Fonte: Olhar Digital
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