O Telescópio Espacial James Webb capturou imagens inéditas da Nebulosa do Anel, como a gente já tinha informado aqui no Olhar Digital. Parte desse impressionante trabalho de observação contou com a participação de uma brasileira. 

Estamos falando de Isabel Aleman, pesquisadora formada pelo Instituto de Física (IF) da USP, mestre e doutoura em Ciências pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Conforme divulgou o Jornal da USP, Isabel compõe a equipe do JWST Ring Nebula Project, que opera o James Webb, o telescópio mais poderoso da atualidade, e do Comitê Organizacional da Comissão H3 Nebulosas Planetárias, da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês).

Contribuo desde o início do projeto, quando foi feita a proposta de observação. Para observar com o James Webb, submetemos um projeto dentro da primeira chamada regular de propostas de observação. O projeto passa pela avaliação de um time de especialistas e pode ser aprovado ou não. A chamada é muito competitiva, pois são muitos excelentes projetos inscritos e apenas uma fração pequena é selecionada, limitada pelo tempo disponível.

Isabel Aleman, astrofísica do JWST Ring Nebula Project.

As novas imagens da Nebulosa do Anel, também conhecida como Messier 57, têm uma qualidade nunca vista antes. Segundo os cientistas, essa é uma ótima oportunidade de estudar e compreender processos complexos que formaram esse objeto.

Nebulosa
(Imagem: Reprodução/ YouTube – Rede Ciência)

Qual a atuação da brasileira?

Como informou Isabel ao Jornal da USP, sua contribuição no projeto acontece com a análise dos dados de espectroscopia, que, utilizando a luz infravermelha do James Webb, permite descobrir “quais espécies químicas existem na nebulosa e em que quantidade, assim como as condições físicas (temperatura, densidade, grau de ionização) em diferentes regiões desse objeto”.

Com essas informações, a cientista diz que também é possível estudar “mecanismos físicos e químicos que ocorrem ali e produzem essa emissão que observamos, reconstruir sua estrutura tridimensional e inferir as características da estrela que ejetou seu material formando esta nebulosa”

Ela também explica que o Sol se tornará uma nebulosa planetária, assim como a Nebulosa do Anel, daqui “vários bilhões de anos”.

Isabel ressalta que sua participação no projeto veio como resultado de um workshop realizado em 2019, o WorkPlaNS II: Workshop for Planetary Nebula Observations, que contou com diversos especialistas na área de nebulosas planetárias.