Missões como a Chandrayaan-3 e a Artemis 3 possuem como objetivo realizar pousos no polo sul da Lua, devido à ocorrência de gelo de água nessas regiões. O motivo da existência desses depósitos é porque a luz do sol nunca chegou no local onde eles estão.

A falta de iluminação solar acontece por causa da inclinação da Lua. A Terra possui uma inclinação no eixo de rotação de 23,5° em relação a sua órbita, fazendo com que os hemisférios sul e norte recebam diferentes taxas de radiação ao longo do ano e causando o sol da meia-noite nos polos. Na lua isso não acontece.

Isso porque sua inclinação em relação à órbita da Terra ao redor do Sol é mínima, cerca de 1,5°. Esse ângulo baixo garante que a luz solar incida na Lua praticamente de forma perpendicular, fazendo com que a região equatorial receba muito mais luz que os polos.

Mas não é exatamente simples assim, mesmo que pouca, os polos ainda continuam recebendo luz solar. No entanto, se existirem crateras com bordas nessas regiões, o fundo e partes da parede nunca serão iluminadas, e é isso que acontece no polo sul da Lua.

Água na Lua

A falta de luz nessas crateras cria um ambiente extremamente frio, abaixo de -160° C, fazendo com que o gelo formado no local se comporte com uma pedra e fique no mesmo estado por bilhões de anos. Essas crateras existem nos dois polos, mas cerca de 60% delas estão no polo Sul. Por causa disso, diversos rovers e landers serão enviados para lá, e até mesmo humanos.

Além dos pólos, a água também pode ser encontrada na Lua através de minerais hidratados e esferas de vidro, formadas após o impacto do satélite com outros objetos. Moléculas de água também estão junto à poeira da superfície, mesmo nas regiões que mais recebem luz do Sol. Não se sabe bem a fonte da água lunar, mas acredita-se que ela possa ter se formado a partir de processos vulcânicos ou entre a interação do plasma solar e o solo da Lua.