O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a vontade do Brasil de se aproximar da África, durante discurso no Fórum Empresarial dos Brics. O evento, iniciado nesta terça-feira, 22, em Joanesburgo, na África do Sul, busca debater relações comerciais do grupo formado por cinco grandes economias de países em desenvolvimento – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em sua fala, destacou que o Brasil e continente africano possuem uma visão comum de futuro e indicou oportunidades para produtos brasileiros na região.
“Em meus dois primeiros mandatos, o continente africano foi uma prioridade. Fiz doze viagens à Africa e estive em vinte e um países. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento. Para discutir o relançamento do comércio com o continente, o Brasil reuniu os chefes dos setores de promoção comercial de todas as nossas representações em países africanos aqui em Joanesburgo, em junho passado”, declarou.
Ele ainda citou possíveis formas de colaboração entre as nações presentes na região em relação à agricultura e a produção de alimentos. Lula também focou sua fala em temas como preservação ambiental, transição energética e protagonismo dos mercados emergentes. “Para não permanecermos como meros exportadores de produtos primários, devemos aproveitar para forjar a integração de nossas cadeias produtivas e agregar valor aos bens e serviços que produzimos de forma sustentável. A África é a região do mundo que menos emite gases do efeito estufa. Nem por isso deixa de enfrentar as consequências mais perversas do aquecimento global, como secas, inundações, incêndios e ciclones. O Brasil e vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas. Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação”, afirmou.
Lula também falou sobre a importância de se criarem parcerias entre o setor privado e o público, além de indicar o crescimento da economia de países em desenvolvimento. “Já ultrapassamos o G7, e respondemos por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra. Projeções indicam que os mercados emergentes e em desenvolvimento são aqueles que apresentarão maior índice de crescimento nos próximos anos. Segundo o FMI, enquanto os países industrializados devem desacelerar seu crescimento de 2.7%, em 2022, para 1.4% em 2024, o crescimento previsto para os países em desenvolvimento é de 4% neste ano e no próximo.Isso mostra que o dinamismo da economia está no Sul Global e o BRICS é sua força motriz. O comércio total do Brasil com o BRICS aumentou de 48 bilhões de dólares em 2009 para 178 bilhões em 2022 – um crescimento de 370% desde a criação do grupo”, afirmou. O presidente finalizou o discurso declarando que a relevância do grupo vai crescer com a entrada de novos membros plenos e parceiros de diálogo.
Fonte: Jovem Pan News
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