Um “tesouro” histórico de plantas antigas foi extraído de um tijolo feito de argila de 2.900 anos de idade. Os pesquisadores adotaram uma técnica de análise popularmente utilizada em ossos para analisar o material, e descobriram uma espécie de cápsula do tempo de flora antiga.

O material pertenceu ao palácio do rei neo-assírio Ashurnasirpal II na antiga cidade de Kalhu, região onde hoje é o norte do Iraque. A idade do artefato foi revelada graças a um escrito em acadiano que diz  “Propriedade do palácio de Ashurnasirpal, rei da Assíria”. 

Segundo o IFLScience, esse tijolo agora faz parte do acervo que integra o Museu Nacional da Dinamarca. Durante um processo de digitalização, em 2020, a equipe descobriu que seria possível extrair o DNA do seu núcleo interno. Entenda como o material sobreviveu por tantos anos:

“Ficamos absolutamente emocionados ao descobrir que o DNA antigo, efetivamente protegido da contaminação dentro de uma massa de argila, pode ser extraído com sucesso de um tijolo de argila de 2.900 anos”, disse Sophie Lund Rasmussen, primeira autora do estudo.

Ao comparar o DNA extraído com registros botânicos da região, os pesquisadores identificaram 34 grupos taxonômicos diferentes de plantas, incluindo repolhos (Brassicaceae), urzes (Ericaceae), louros ( Lauraceae) e gramíneas (Triticeae).

“Por causa da inscrição no tijolo, podemos alocar a argila em um período de tempo relativamente específico em uma determinada região, o que significa que o tijolo serve como uma cápsula temporal da biodiversidade de informações sobre um único local e seus arredores”, afirma Dr. Troels Arbøll, também primeiro autor. “Nesse caso, fornece aos pesquisadores um acesso exclusivo aos antigos assírios”