Arqueólogos na Tunísia encontraram moedas de ouro raras de 2.300 anos e urnas contendo os restos mortais de animais, crianças e bebês prematuros cremados da antiga cidade de Cartago.
De acordo com uma publicação feita no Facebook pelo Ministério de Assuntos Culturais do país, a ossada e um total de cinco moedas de ouro estavam perto das ruínas do templo de Tafat El Bony, que fica em uma colina nos arredores de Túnis. Segundo o comunicado, o templo já foi um monumento rural dedicado às divindades Baal Hammon e Tanit.
Cartago foi uma poderosa cidade-estado fundada pelos fenícios – um povo da costa oriental do Mediterrâneo – no século 4 a.C, que se desenvolveu em um imenso império comercial com influência sobre grande parte da região.
Ela se tornou rival da República Romana, a quem enfrentou durante as longas Guerras Púnicas, entre 264 a.C. e 146 a.C., que terminaram quando os romanos destruíram a cidade do norte da África. Uma nova Cartago romana foi construída sobre as ruínas, e os restos de ambas estão hoje listados como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Bebês teriam sido mortos em sacrifício e ofertados aos deuses
As moedas de ouro recém-descobertas têm pouco menos de 2,5 centímetros de diâmetro, de acordo com a emissora tunisiana Shems FM, e retratam a antiga deusa Tanit (um símbolo de fertilidade e maternidade para os cartagineses).
Segundo o Ministério da Cultura da Tunísia, as moedas são uma descoberta rara “que reflete a riqueza desse período histórico e afirma o valor cultural de Cartago”.
Os arqueólogos acreditam que os cartagineses ricos provavelmente deixaram as moedas como oferenda para os deuses, embora ainda não esteja claro se os bebês enterrados foram sacrificados ou morreram de causas naturais. Ao longo do século passado, escavações no local descobriram milhares de lápides e urnas contendo restos mortais de recém-nascidos e crianças de até quatro anos, que alguns especialistas acreditam que poderiam mesmo ter sido vítimas de sacrifício.
“As evidências arqueológicas, literárias e documentais do sacrifício de crianças são esmagadoras”, disse Josephine Crawley Quinn, professora de história antiga da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em um comunicado de 2014. “Talvez tenha sido por profunda piedade religiosa, ou por uma sensação de que o bem que o sacrifício poderia trazer para a família ou a comunidade como um todo superava a vida da criança”.
Alguns especialistas, no entanto, acreditam que as urnas e túmulos descobertos em Cartago desde o século passado são vestígios de enterros de crianças que morreram de causas naturais. Um estudo de 2010 diz que os esqueletos não são condizentes com os de vítimas de sacrifício.
Fonte: Olhar Digital
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