Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade do Kansas, nos EUA, trouxe revelações surpreendentes sobre a presença de buracos negros supermassivos no Universo. Segundo o artigo que relata o estudo, aceito para publicação pelo periódico Astrophysical Journal, esses monstros cósmicos são mais raros do que se presumia.
Liderada pela professora assistente de física e astronomia, Allison Kirkpatrick, a abordagem focou na região conhecida como Faixa Estendida de Groth, situada entre as constelações da Ursa Maior e Boötes (ou Boieiro).
Utilizando o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do Telescópio Espacial James Webb (JWST), os cientistas buscaram examinar núcleos galácticos ativos (AGN) – os buracos negros centrais – de galáxias com até 10 bilhões de anos de existência, oferecendo um vislumbre do passado cósmico durante o auge da formação de estrelas.
Apesar da maior potência e sensibilidade do Webb em relação a seus antecessores, poucos AGN adicionais foram detectados desde que o observatório ultramoderno da NASA entrou em operação, em julho de 2022.
Atividade de buracos negros supermassivos é um mistério para a astronomia
Uma das principais conclusões às quais a equipe chegou foi a escassez de buracos negros supermassivos em crescimento acelerado. Isso desafia as suposições anteriores sobre a taxa de crescimento desses buracos negros e, consequentemente, sobre sua influência nas galáxias hospedeiras.
A pesquisa destaca que a compreensão atual, baseada principalmente em buracos negros massivos, pode não se aplicar aos buracos negros menores presentes em galáxias como a Via Láctea.
Outro achado intrigante foi a ausência de poeira em muitas dessas galáxias de idade avançada. Anteriormente, acreditava-se que galáxias de menor massa também conteriam quantidades substanciais de poeira devido à formação estelar. No entanto, essa pesquisa traz uma realidade diferente, desafiando as expectativas convencionais.
Kirkpatrick ressalta a importância dessas descobertas para a compreensão da evolução das galáxias, especialmente em relação à Via Láctea. Ela observa que a atividade de buracos negros supermassivos, como os AGN, é um mistério central na astronomia, e compreender seu impacto nas galáxias hospedeiras é fundamental.
Fonte: Olhar Digital
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