Nos Andes do Peru existem plataformas construídas para que quando pisoteadas ressoem diferentes sons, como pistas de dança percussivas. Agora, uma nova pesquisa feita por pesquisadores da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, sugere que uma delas foi projetada para imitar o som de trovão durante cerimônias dedicadas a adorar o deus do trovão e relâmpago.
A plataforma foi descoberta recentemente em Viejo Sangayaico, a cerca de 3600 metros de altitude, quando pesquisadores que escavavam a região pisaram sob a plataforma e perceberam que ela produzia um som como se abaixo dela fosse oco. Ao investigar a estrutura debaixo da superfície foram encontradas seis camadas de rochas, solos e outros materiais ligados frouxamente, criando vazios que possibilitaram a produção do som ao ser pisoteada.
Arqueólogos liderados por Kevin Lane mediram os sons produzidos enquanto pisavam sobre a plataforma e registraram um volume de 60 e 80 decibéis, o equivalente a um restaurante barulhento. No entanto, ele estima que a pista de dança comporta até 26 pessoas dançando simultaneamente e o som produzido provavelmente era mais alto.
Embora esse nível de pressão sonora tenha sido registrado pela minha equipe com um limite de duas a quatro pessoas, grupos maiores teriam conseguido sustentar os níveis mais elevados [decibéis] por mais tempo.
Trecho do artigo
Divindade do trovão
A pista de dança data de antes da ascensão do império Inca, tendo sido construída pelos chocorvos e usada provavelmente até o século 16 para adorar uma divindade chamada Sasaylla Apo, que acreditava-se viver na montanha Huinchocruz, com vista para o vilarejo.
Não se sabe muito sobre essa divindade, mas santuários e artefatos ligados a trovões e relâmpagos foram encontrados próximos à montanha Huinchocruz. Acredita-se que as danças realizadas no Viejo Sangayaico possam ter sido utilizadas para chamar trovões através dos passos de danças e do som, ao mesmo tempo que era usada para adorar a divindade.
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Fonte: Olhar Digital
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