Uma nova cratera de impacto foi recentemente descoberta sob o deserto de Badain Jaran, no noroeste da China, mas cientistas já a estão procurando-a há algum tempo. Apesar dela estar muito mais ao norte do que se esperava, ela pode justificar a presença de um tipo natural de vidro, os tectitos, encontrados na região da Australásia.

Os tectitos são geralmente formados quando um asteroide colide com a Terra, derretendo as camadas superiores da crosta e mandando gotículas de material para a atmosfera. Elas esfriam rápido, se solidificando e formando a tectitas vítreas.

A composição química e a distribuição dessas rochas já permitiu que cientistas encontrassem três crateras de impactos no mundo, a da Baía de Chesapeake, nos Estados Unidos, que data de 35 milhões de anos atrás,  a Nördlinger Ries, na Alemanha, que se formou há 15 milhões de anos, e uma mais recente, de 1 milhão de anos, em Gana, o Lago Bosumtwi.

No entanto, um grande campo de tectitos foi encontrado na região da Australásia e até então a cratera de impacto que as originou era um mistério. A análise das rochas aponta que elas se formaram há cerca de 800 mil anos, ou seja, um buraco de cerca de 20 quilômetros de diâmetro ainda deveria estar por aí, visto sua formação relativamente jovem.

Onde está a cratera?

Tectitos da Australásia foram encontrados em diversas regiões do Oceano Índico, Oceânia, Indonésia, Sudeste Asiático e até mesmo na Antártida. Isso fez com que os pesquisadores acreditassem que a cratera estivesse em algum lugar próximo, e um planalto basáltico na África que se estende entre o Camboja e o Laos chegou a ser cogitado para ser a origem das rochas.

Mas agora, dados gravitacionais e magnéticos coletados por satélites sugerem que uma grande estrutura de impacto está localizada no deserto de Badain Jaran. Apesar de estar mais ao norte da região onde foram encontrados tectitos, a movimentação das dunas pode justificar a cratera ter sido enterrada rapidamente e escapado dos cientistas. 

De acordo com o estudo, a Terra se recuperou rápido do impacto, formando uma grande elevação, quase que do tamanho de uma montanha, no local onde ocorreu a colisão. No entanto, os dados gravitacionais indicaram que essa formação era menos densa que os arredores e os dados magnéticos revelaram uma anomalia que parecia seguir a borda da cratera. Ambos os padrões já foram encontrados em outras estruturas de impacto.

Para confirmar se essa é realmente a origem dos tectitos da Australásia, os pesquisadores agora terão que investigar rochas de dentro da cratera. 

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!