Em novembro de 2021, a NASA lançou ao espaço a missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), para colidir com um sistema binário de rochas espaciais a fim de testar um novo método de defesa planetária.
Após uma viagem de mais de dez meses, em 26 de setembro do ano passado, a espaçonave alcançou com maestria o objetivo de se chocar contra Dimorphos, a “lua” do asteroide Didymos, e desviar sua rota.
Embora nem Dimorphos (de 163 metros de largura) nem seu companheiro maior (medindo 780 metros), Didymos, estivessem em rota de colisão com a Terra, o procedimento foi um teste de um método que poderá, eventualmente, nos proteger do ataque de outro asteroide que possa oferecer algum risco em potencial.
Com o impacto, a sonda da NASA espalhou cerca de mil toneladas de detritos da rocha no espaço. Segundo a agência, o material ejetado é apenas uma pequena fração da massa de Dimorphos, estimada em cinco milhões de toneladas.
Em breve, a missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), vai conduzir pesquisas detalhadas in loco em Dimorphos e Didymos, com foco especial na cratera deixada pela colisão da missão DART e uma medição precisa da massa do asteroide atingido.
Asteroide desviado será investigado pelo menor radar já lançado ao espaço
Na ocasião, uma pequena caixa de 10 cm entrará para a história como o menor instrumento de radar a ser pilotado no espaço – e o primeiro do tipo a sondar o interior de um asteroide.
Este instrumento de radar, conectado a um quarteto de antenas de 1,5 m de comprimento, fará parte do CubeSat Juventas, que será lançado para Dimorphos a bordo da espaçonave Hera com o intuito de ajudar os cientistas a compreender o experimento de deflexão DART, para que a técnica possa ser repetida se um dia for realmente necessário.
Construída e preparada em dois módulos, Hera acaba de passar por uma operação meticulosa por meio da qual os segmentos se uniram para fazer uma única espaçonave, que agora está pronta para testes em grande escala, antes de ser lançada ao espaço – o que está programado para outubro de 2024.
Segundo um comunicado emitido quinta-feira (24) pela ESA, o acoplamento ocorreu na OHB-System, uma empresa aeroespacial localizada em Bremen, no norte da Alemanha, com o Módulo Núcleo sendo içado a mais de três m acima do Módulo de Propulsão e, em seguida, gradual e cuidadosamente encaixado no lugar. Toda a operação ocorreu durante um período de três horas.
Quando a ponta do cilindro do Módulo de Propulsão encontrou o deck superior do Módulo Principal, o acasalamento foi concluído. Em seguida, um parafuso de teste inicial foi inserido para verificar se o alinhamento estava totalmente correto antes que os dois módulos fossem totalmente parafusados um no outro.
“Os dois módulos agora estão juntos para sempre, pois estarão no espaço, salvo qualquer grande problema inesperado”, explica Paolo Martino, engenheiro de sistemas da Hera.
O Módulo de Propulsão da Hera abriga os tanques de combustível – alojados dentro de um cilindro central de titânio, a “espinha dorsal” da espaçonave – juntamente com tubulações e motores, que terão o trabalho de transportar a missão pelo espaço profundo por mais de dois anos, para depois manobrar em torno dos alvos.
Por sua vez, o Módulo Núcleo é como uma espécie de cérebro da Hera, hospedando seu computador de bordo, sistemas de missão e instrumentos.
Fonte: Olhar Digital
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