De olho nas contratações de Philippe Coutinho e Marco Verratti, a Liga Catari tenta rivalizar com o futebol saudita e se coloca, também, como rota alternativa para craques ainda com mercado na Europa, mas atraídos pelos milhões oferecidos pelos árabes. O perfil das contratações na atual temporada foi modificado, e os clubes locais mostraram uma maior ambição em busca de reforços.
O futebol catari ainda está longe de se aproximar do saudita. Na atual janela de transferências, a Liga Saudita já investiu 845 milhões de euros em transferências. Só a Premier League gastou mais dinheiro com contratações. A Qatar Stars League, por outro lado, investiu pouco mais de 100 milhões, ficando na frente, por exemplo, da Major League Soccer, de Lionel Messi. Se Coutinho e Verratti forem, de fato, confirmados, os valores devem aumentar consideravelmente, e a liga, provavelmente, entrará no top 10 das que mais investiram em reforços.
A ambição de buscar Verratti no financeiramente poderoso PSG e Coutinho na Premier League indica que o futebol catari muda o perfil das contratações, aumentando consideravelmente o valor investido. Se Xavi Hernández e Mario Mandzukic foram ao Catar já em reta final de carreira, sem a necessidade de pagamentos de multas rescisórias, os casos de Coutinho e Verratti são diferentes.
A abertura para conseguir atrair jogadores de ligas importantes já foi vista na atual janela. Abdou Diallo deixou o PSG, de Verratti, para jogar no Al Arabi por 15 milhões de euros. Rodrigo, hispano-brasileiro do Leeds, foi reforço do Al Rayyan por 3,5 milhões. O mesmo time investiu quase 20 milhões de euros nos brasileiros Gabriel Pereira, ex-New York City, e Róger Guedes, ex-Corinthians. Outro brasileiro que defenderá o Al Rayyan é Thiago Mendes, ex-Lyon.
O investimento em jogadores promissores também chama a atenção. Além do já citado Gabriel Pereira (22 anos), chegaram ainda Giovani, ex-Palmeiras, de 19; Gonzalo Plata, ex-Valladolid, com 22; Bamba e André Amaro, que vieram do Vitória de Guimarães, têm 21 anos; e Sano, de 18 anos, contratado junto ao Braga.
Os brasileiros Bruno Tabata, ex-Palmeiras, e Paulo Otávio, ex-Wolfsburg, se juntam ainda na liga a nomes como os do zagueiro colombiano Murillo, ex-Sampdoria; o do meia Idrissa Doumbia e o do ponta Rochinha, ex-Sporting; do zagueiro marroquino Saiss, ex-Besiktas; do atacante francês Delort, ex-Nantes; e do volante Mateus Uribe, ex-Porto.
Diferente da Liga Saudita, que conta com quatro clubes financiados pelo dinheiro da família real, a Liga Catari tem um investimento mais diversificado. Apesar de Al Rayyan, Al Sadd, Al Duhail e Al Arabi aparecerem em destaque nas contratações, o Qatar SC (Tabata), o Umm Salal SC (Delort), o Al Gharafa SC (Sano, Yohan Boli), o Al Markhiya (Njie, Rochinha, Naby Sarr) e o Al Ahli (Robin Tihi, Doumbia) também investiram em contratações internacionais.
Ainda usando o esporte como uma arma para a “limpeza” da imagem do país internacionalmente, abrindo vias de comunicação em diferentes mercados, o Catar, sede da última Copa do Mundo, muda um pouco os rumos do investimento. A compra de grandes clubes em outros países, embora ainda continue sendo uma estratégia importante, não é mais a única. Atrair grandes craques para a liga local, incluindo jovens promessas com futuro considerado brilhante no esporte, se torna cada vez mais uma obsessão. A Arábia Saudita é o carro-chefe, mas o Catar abre uma nova porta no mundo árabe para os craques internacionais. Dinheiro tampouco será um problema…
Fonte: Ogol
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