Após lançar uma missão histórica para a Lua, a Índia agora se prepara para outra empreitada espacial. O alvo, desta vez, é o Sol, que se tornará objeto de estudo de um equipamento chamado Aditya-L1.
Se tudo correr conforme o planejado, o primeiro observatório solar da Índia vai decolar neste sábado (2), às 3h20 da manhã (pelo horário de Brasília), conforme anunciado pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) nesta segunda-feira (28), no Twitter (X).
A espaçonave vai decolar no topo de um Veículo de Lançamento de Satélite Polar (PSLV) do Centro Espacial Satish Dhawan, na ilha de Sriharikota, na costa leste da Índia. Quem tiver interesse em assistir ao evento poderá acompanhar toda a operação pela transmissão oficial da ISRO no YouTube, que começa 40 minutos antes do horário previsto para o lançamento.
Na sequência, o PSLV vai colocar o observatório em um caminho circular e estável ao redor da Terra. Assim que os cientistas tiverem certeza de que seus sete instrumentos a bordo sobreviveram ao processo em boa forma, a órbita circular da espaçonave será esticada para um caminho elíptico que dará início à uma jornada de quatro meses até o destino final: o Ponto de Lagrange L1 no sistema Terra-Sol.
Essa região fica a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, de onde o observatório terá uma visão ininterrupta do Sol. É neste mesmo lugar que orbita o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), um satélite da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) que estuda a atividade solar desde 1996.
De acordo com o site Space.com, o observatório Aditya-L1 é um projeto de quase US$45 milhões (R$223,7 milhões, em uma conversão direta) e está em desenvolvimento há 15 anos.
Saiba mais sobre o primeiro observatório solar da Índia
“Aditya” é o nome da nossa estrela-hospedeira em sânscrito, e “L1” é a sigla de “1º Ponto de Lagrange”, em referência à área no céu onde o equipamento vai orbitar entre a Terra e o Sol.
Os Pontos de Lagrange são localizações no espaço onde os campos gravitacionais de dois corpos maciços estão em equilíbrio com a força centrífuga de um terceiro objeto, cuja massa é desprezível em relação a eles (por exemplo, um telescópio espacial em relação à Terra e ao Sol). Estar em equilíbrio significa que as forças se cancelam. Uma espaçonave em um desses pontos pode permanecer na posição quase sem gastar combustível.
Embora o Sol seja estudado há muito tempo, os astrônomos ainda não compreendem totalmente como sua camada atmosférica mais externa, conhecida como coroa, fica tão quente – sendo um milhão de graus Celsius mais quente do que a superfície da estrela.
Pouco se sabe sobre o que acontece antes das explosões solares e da liberação de enormes nuvens de plasma chamadas ejeções de massa coronal (CMEs) para o espaço – às vezes, em direção à Terra. Também se desconhece como as CMEs aceleram a tão altas velocidades perto do disco solar.
Segundo a ISRO, espera-se que o observatório Aditya-L1 forneça algumas pistas sobre esses mistérios de décadas.
Fonte: Olhar Digital
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