Desde que a União Soviética fez o primeiro lançamento espacial do mundo, em 1957, colocando o satélite Sputnik 1 na órbita da Terra, a economia espacial mudou drasticamente. Atualmente o cenário é composto tanto por governos quanto por empresas privadas, mas de acordo com Jay L. Zagorsky, a economia espacial dos Estados Unidos está diminuindo.
Jay L. Zagorsky é um economista da Questrom School of Business da Universidade de Boston, e em um artigo publicado no The Conversation ele explicou como inovações relacionadas ao espaço e o crescimento de empresas privadas no setor alteraram a economia espacial.
Porcentagem da economia espacial no faturamento total
Uma das formas de medir o sucesso econômico no espaço de um país é o impacto econômico. O Bureau of Economic Analysis dos EUA, analisou recentemente a economia espacial dos Estados Unidos entre 2012 e 2021 utilizando definições amplas e restritas.
De acordo com a definição ampla, cerca de 0,5% do faturamento bruto dos Estados Unidos em 2021 foi relacionado à economia espacial, representando cerca de 210 bilhões de dólares. Já em 2012, esse setor representava cerca de 0,6% do faturamento estadunidense.
As definições amplas consistem em quatro partes:
Já a definição restrita exclui televisões e rádios por satélite e educação especial. Essas categorias foram cortadas porque em 2012 elas representavam um quarto dos gastos com espaço, em 2021, elas eram apenas um oitavo.
Utilizando a definição ampla, Zagorsky também aponta que a economia espacial dos Estados Unidos está estagnada. Isso porque desde 2015 a venda de foguetes e televisão por satélites quase não se alterou. Já na definição restrita o crescimento econômico do setor em média foi de 3%, abaixo dos 5% da economia em geral.
Funcionários e concorrência
Analisando o número de funcionários também é possível observar o declínio. Em 2012, cerca de 372 mil pessoas trabalhavam em empresas espaciais privadas, em 2021 esse número era de 360 mil. Já no setor público, estima-se que sejam 400 mil pessoas trabalhando em projetos relacionados ao espaço, o que é menos funcionários do que empresas como Amazon e Walmart.
Mesmo com isso, até então, os EUA seguem liderando como maior economia espacial. Só em 2017, o governo estadunidense investiu cerca de 40 bilhões de dólares no setor. Além disso, o fato da maior parte das empresas espaciais privadas estarem localizadas no país também fornece algumas vantagens.
A maioria das principais empresas espaciais privadas estão sediadas nos EUA, lideradas pela Boeing, SpaceX e Raytheon, o que dá aos EUA uma vantagem para continuarem a desempenhar um papel de liderança com os foguetes, satélites e outros materiais necessários para operar no espaço.
Jay L. Zagorsky, em texto
Mas talvez isso não seja suficiente. China, Índia e Europa têm investido cada vez mais no espaço e na corrida espacial do século 21, restando saber se os Estados Unidos vão conseguir manter sua liderança de maior economia espacial.
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Fonte: Olhar Digital
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