Ainda este ano, a SpaceX deve lançar a missão CRS-29, que como o próprio nome sugere, será o 29º voo de carga da empresa em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) sob contrato com a NASA.
Na ocasião, uma cápsula de carga robótica Dragon vai transportar para o laboratório orbital, entre suprimentos e hardwares, um dispositivo chamado ILLUMA-T (sigla em inglês para algo como “ Terminal Integrado de Modem e Amplificador de Órbita Baixa da Terra”), que vai completar o primeiro sistema de comunicações a laser bidirecional de ponta a ponta da NASA.
“Testemunhe o futuro das comunicações espaciais!”, publicou Bill Nelson, administrador da NASA, no Twitter (X). “Em 2023, a NASA presentará o ILLUMA-T, uma tecnologia de ponta a bordo da ISS. Através das comunicações a laser, estamos prontos para revolucionar a transmissão de dados”.
Como vai funcionar o sistema de comunicação a laser da NASA
Aproveitando feixes de laser, o ILLUMA-T transmitirá informações para outro satélite (o Dispositivo de Demonstração de Comunicação a Laser – LCRD, lançado em dezembro de 2021) a uma taxa de conexão de internet considerável baseada na Terra.
Missões espaciais tripuladas e não tripuladas quase sempre se comunicaram (seja com a Terra ou umas com as outras) por meio de ondas de rádio testadas e confiáveis. No entanto, enviar informações via laser tem algumas vantagens em relação a esse processo.
A começar que o equipamento a laser é mais leve e menos intensivo em energia, facilitando o encaixe em uma nave. Além disso, como os comprimentos de onda da luz laser são mais curtos do que os comprimentos de onda de rádio, um link de comunicação a laser pode transmitir mais informações de uma só vez.
Assim que o ILLUMA-T estiver em operação a bordo da ISS, ele começará a transmitir informações para o LCRD via laser infravermelho a uma taxa de 1,2 gigabits por segundo. A partir daí, o LCRD transmitirá as informações para duas estações terrestres: uma no Havaí e outra na Califórnia. Os programadores da missão escolheram esses locais para evitar a cobertura de nuvens, que os lasers têm dificuldade para penetrar.
Se esta demonstração de tecnologia for bem-sucedida, o LCRD um dia poderá servir como intermediário para outros links de laser orbitais também. Quem sabe, num futuro distante, os astronautas possam até conversar via laser, mesmo estando muito, muito longe.
Fonte: Olhar Digital
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