À medida que adentramos o mês de setembro, somos confrontados não apenas com a mudança das estações, mas também com a importante campanha do “Setembro Amarelo”, que abordará questões complexas sobre saúde mental.

Em um mundo cada vez mais interconectado pelas redes sociais, é crucial direcionarmos nosso olhar não somente para os aspectos positivos, mas também para os riscos que essas plataformas podem trazer. Neste texto, explicaremos como as redes sociais podem, inadvertidamente, desempenhar um papel prejudicial ao tratar sobre sua saúde mental e a de pessoas próximas a você.

Como as redes sociais afetam a vida de uma pessoa?

Relacionamentos

Embora projetadas para conectar, essas plataformas podem inadvertidamente contribuir para o isolamento social, à medida que as interações virtuais substituem as conexões reais. Além disso, é essencial compreender o “efeito echo chamber”, que pode agravar a polarização ao expor indivíduos apenas a opiniões semelhantes, dificultando um diálogo saudável e aberto. A qualidade das interações pessoais também é afetada, visto que a comunicação online frequentemente substitui a comunicação face a face, levando à perda de nuances emocionais e ao distanciamento interpessoal.

Distração e produtividade

As redes sociais, muitas vezes, apresenta interminável de informações e entretenimento. No entanto, essa aparente abundância de conteúdo pode levar à distração constante e, por consequência, à queda na produtividade. Um fator-chave que impulsiona o uso excessivo das redes sociais é o sistema de recompensa do cérebro, especificamente a liberação de dopamina. Além disso, quando recebemos notificações, curtidas ou comentários em nossas postagens, nosso cérebro libera dopamina, causando uma sensação de prazer e satisfação. Esse ciclo vicioso pode levar ao desenvolvimento de comportamentos compulsivos, nos quais buscamos constantemente a validação online para sentir esse estímulo positivo.

Imagem: Freepik/ DCStudio

Distorções de autopercepção

É comum ser apresentado um retrato idealizado das vidas das pessoas, com imagens cuidadosamente selecionadas que frequentemente não refletem a realidade completa. Isso pode levar a uma autoimagem distorcida, já que nos comparamos constantemente a padrões irreais. Comentários negativos, julgamentos e humilhações online podem ter um efeito devastador na autopercepção, exacerbando inseguranças e ampliando as distorções na imagem corporal. Especialmente entre os jovens, isso pode desencadear problemas de autoestima duradouros.

FOMO (Fear of Missing Out) e Notícias Negativas

Também contribuem para o “FOMO” (medo de ficar de fora), já que os outros compartilham suas conquistas e experiências positivas. Essa exposição constante pode levar a uma ansiedade de estar perdendo algo importante ou não estar à altura dos outros. Além disso, a inundação de notícias negativas em nossos feeds pode agravar a sensação de insegurança e incerteza.

Ansiedade

A ansiedade de resposta também surge, fazendo-nos monitorar constantemente as reações às nossas postagens, intensificando sentimentos de insegurança. As redes sociais frequentemente associam sucesso a curtidas e compartilhamentos, alimentando a ansiedade de desempenho, enquanto a constante comparação com os outros, combinada à pressão de manter uma imagem perfeita online, pode agravar a ansiedade social.

mulher tampando o rosto com desenhos representando seus pensamentos
Imagem: Billion Photos/Shutterstock

Insônia

O tempo de desconexão muitas vezes se torna escasso. À medida que as redes sociais se infiltram em nossas vidas, a presença constante de telas, especialmente à noite, pode impactar negativamente nosso ritmo circadiano. A luz azul emitida por dispositivos eletrônicos suprime a produção de melatonina, o hormônio do sono, levando a dificuldades para adormecer.

Em um mundo cada vez mais interconectado pelas redes sociais, é crucial manter uma postura crítica e consciente em relação ao conteúdo que consumimos online. Estabelecer limites saudáveis, praticar a autenticidade e filtrar informações negativas são práticas essenciais para não ceder ao lado mais sombrio das redes sociais. Além disso, enquanto o Setembro Amarelo nos direciona a uma reflexão mais profunda sobre a saúde mental, é vital entender que a busca pelo cuidado não deve ser limitada a um único mês. O cuidado com nossa saúde mental é uma jornada contínua de suma importância para uma vida e bem-estar geral.