Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Lua encerrou a “turnê mensal” de agosto pelos planetas do Sistema Solar na quarta-feira (30), quando voltou a visitar Saturno, de quem já esteve juntinho no dia 3. Só que, desta vez, o momento foi ainda mais especial, já que aconteceu durante a maior lua cheia de 2023, a Superlua Azul.

De acordo com o site In-The-Sky.org, isso aconteceu às 15h07, quando a Lua passou a pouco mais de 2º ao sul do gigante dos anéis. (Todos os horários mencionados têm como referência o fuso de Brasília). Pouco mais de 1h30 depois houve o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space.

O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).

Configuração do céu no momento da conjunção entre a Superlua Azul e Saturno nesta quarta-feira (30). Crédito: SolarSystemScope

No entanto, devido à posição dos astros abaixo da linha do horizonte, eles não puderam ser observados em nenhum desses dois momentos. Do ponto de vista de um observador baseado em São Paulo, por exemplo, a dupla só começou a estar visível a partir das 17h29, permanecendo acessível até às 06h17 desta quinta-feira (31).

De qualquer forma, mesmo já não estando mais efetivamente em conjunção, Lua e Saturno ainda puderam ser vistos muito próximos um do outro ao longo da noite (não o suficiente para caberem dentro do campo de visão de um telescópio, mas facilmente observáveis a olho nu ou através de um par de binóculos).

Encontro da Superlua com Saturno se deu no melhor momento de observação do planeta

Esse “encontro celeste” foi registrado por alguns observadores, que compartilharam suas visões incríveis na internet.

A captura acima foi feita com a câmera Coolpix P950 da Nikon, de acordo com a descrição do canal ZoomX. Não há informações quanto ao local de origem da observação.

O vídeo abaixo, compartilhado na rede social Reddit, pelo usuário @Anime-kungfu, também mostra uma visão expansiva e intimamente detalhada da Lua, meticulosamente capturada através da lente de um telescópio. Primeiro, vemos a grande protagonista da noite. Então, o foco da câmera muda para revelar Saturno e seus anéis radiantes brilhando intensamente.

A legenda que acompanha as imagens diz: “Eu gravei este vídeo com um iPhone 14 Pro montado em um telescópio Dobsonian de 12 polegadas. É um pouco longo no final, enquanto eu estava tentando ajustar a exposição e focar em Saturno. Mas tem vistas deslumbrantes da superfície da Lua e dos anéis de Saturno”. O criador do vídeo também afirmou que algumas das mais de 100 luas do planeta dos anéis também foram capturadas na última parte da gravação.

Vale destacar que, recentemente, Saturno passou pela oposição, que é quando um objeto atinge o lado exatamente oposto do Sol em relação à Terra (que fica entre os dois corpos celestes), chegando o mais próximo possível do nosso planeta (ponto de sua órbita chamado de perigeu), o que o faz parecer mais brilhante e maior no céu. (entenda aqui). 

Embora isso tenha acontecido no domingo (27), ele continua em seu melhor momento de observação, já que a distância entre os planetas praticamente não se altera nos dias próximos à oposição. 

Por último, um registro compartilhado pelo meteorologista chefe dos canais Fox News e KAMR Local News, de Amarillo, no estado norte-americano do Texas, John Harris.

Late night viewing of the “Super Blue Moon” and Saturn 🪐 This photo is the merging of two images from my Dobsonian telescope at 1 o’clock this morning.

Publicado por Chief Meteorologist John Harris em Quarta-feira, 30 de agosto de 2023

“Visualização tardia da noite da Superlua Azul e Saturno. Esta foto é a fusão de duas imagens do meu telescópio Dobsoniano à 1h desta manhã”, diz Harris na legenda (lembrando que, conforme dito anteriormente, os dois objetos não estariam próximos o suficiente para caberem dentro do campo de visão de um telescópio, por isso, a fusão das imagens).