Um estudo recente revelou segredos sobre como morcegos navegam pelo espaço e se comunicam entre si. Os mamíferos, assim como nós, têm uma parte especial em seus cérebros chamada “hipocampo”, que ajuda a criar um “mapa mental” de onde estão.
Para quem tem pressa:
Imagine que você está andando pelo seu bairro. Quando você se move, os neurônios em seu hipocampo disparam como pontos em um mapa para mostrar onde você está.
Usando equipamentos avançados de gravação neural e imagens sem fio, os cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, “escutaram” a atividade cerebral dos morcegos enquanto voavam em uma sala espaçosa. O que eles descobriram desafia nossas expectativas.
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Neurônios do hipocampo revelam quem está por perto
Os animais não usam apenas o hipocampo para saber onde estão, mas também para saber quem está por perto. Quando um morcego voa em direção a um lugar para pousar, os neurônios em seu hipocampo também dizem se outro morcego está lá ou não. E se outro morcego está presente, os neurônios dizem até mesmo quem é esse morcego!
“Este é um dos primeiros artigos a mostrar a representação da identidade num cérebro de não primata”, disse o autor principal do estudo, Michael Yartsev, professor associado de bioengenharia e neurociência na UC Berkeley. “E, surpreendentemente, descobrimos que ele está no centro do que deveria ser o GPS do cérebro. Descobrimos que ele ainda funciona como um GPS, mas também está sintonizado com a dinâmica social do ambiente.”
Animais sociais, como os humanos, coordenarão-se no espaço para atingir objetivos diferentes. Pode ser apenas visitar outras pessoas. Pode ser uma movimentação conjunta, como nos comportamentos coletivos clássicos ou de uma partida de futebol. Ou podem ser outras formas de cooperação, ou conflito!
Angelo Forli, primeiro autor do estudo
O estudo relembra ainda a importância de estudar os animais em seu ambiente natural. Muitas vezes, a pesquisa é feita em ambientes controlados, mas os morcegos nos mostraram que podemos aprender muito mais quando observamos como eles agem na natureza.
Em última análise, a pesquisa também oferece novas perspectivas sobre o funcionamento do cérebro humano. Os resultados podem ter implicações significativas na compreensão de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, onde o hipocampo desempenha um papel crucial na perda de memória social e espacial.
Fonte: Olhar Digital
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