Mais de 200 cientistas assinaram uma carta pedindo pesquisas “responsáveis” sobre maneiras de usar os oceanos para reter o dióxido de carbono que aquece o planeta. Eles defendem a adoção de medidas urgentes para conter as mudanças climáticas, que têm provocado o aumento de fenômenos extremos nos últimos anos.
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Oceanos podem ajudar a capturar CO2
O aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) contribuiu com o aumento das temperaturas do planeta. Diversos alertas globais já foram emitidos destacando a urgência da diminuição da liberação desses gases na atmosfera, mas especialistas também têm estudado alternativas para absorver as substâncias já emitidas.
Nesse cenário, os oceanos podem ser grandes aliados. Eles já retêm cerca de 50 vezes mais carbono do que a atmosfera. A ideia dos cientistas é turbinar esse fenômeno natural. O problema é que há riscos nesse processo.
É por isso que eles pedem pesquisas responsáveis sobre o tema. Em outras palavras, a carta divulgada pede esforços para que a ciência possa entender melhor as potencialidades dos oceanos, juntamente com quaisquer efeitos colaterais.
Embora as abordagens de remoção de dióxido de carbono baseadas nos oceanos tenham um enorme potencial, também há riscos. A sociedade ainda não tem informações suficientes sobre a eficácia ou os impactos de qualquer abordagem específica e, portanto, não pode tomar decisões informadas sobre seu uso em escala.
Cientistas, em carta divulgada
Existem riscos para a vida marinha
Não fazer nada é antiético, dizem os cientistas
Alguns grandes nomes das ciências climáticas e ambientais assinaram a carta. Caso de David King, ex-conselheiro científico chefe do governo do Reino Unido e James Hansen, ex-cientista climático da Nasa famoso por alertar o mundo sobre as mudanças climáticas durante um depoimento ao Congresso em 1988.
Os oceanos também sofrem o impacto das mudanças climáticas. Uma onda de calor no Atlântico está dizimando os recifes de coral da Flórida, por exemplo (saiba mais sobre o assunto clicando aqui).
Eu vi esses declínios maciços na saúde dos oceanos (…) Não fazer nada é antiético, essencialmente. Precisamos pelo menos descobrir os riscos e os benefícios, ver se podemos ajudar a resolver o problema que criamos.
Débora Iglesias-Rodriguez, presidente do departamento de Ecologia, Evolução e Biologia Marinha da Universidade da Califórnia
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Fonte: Olhar Digital
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