O governo da China determinou a proibição de uso de iPhones, da Apple, e de qualquer outro dispositivo estrangeiro por funcionários de agências governamentais do país. A medida é considerada uma reação a proibições semelhantes adotadas pelos Estados Unidos contra a fabricante chinesa de smartphones Huawei e a rede social TikTok, de propriedade da chinesa ByteDance.

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A proibição

China x EUA

O governo da China tem buscado reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras, exigindo que empresas afiliadas ao Estado, como bancos, adotem softwares locais e promovam a fabricação doméstica de chips semicondutores.

Pequim intensificou essa campanha em 2020, quando seus líderes propuseram um modelo de crescimento para reduzir a dependência de mercados e tecnologia no exterior, à medida que suas preocupações com a segurança de dados cresciam.

Ao mesmo tempo, o país enfrenta uma dura disputa com os Estados Unidos, com sanções aplicadas pelos dois lados na tentativa de vencer a corrida tecnológica em busca da hegemonia mundial. Recentemente, a Casa Branca impediu Pequim de importar chips mais avançados e de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores.

Além disso, cidadãos americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores. Os chineses já responderam impondo também sanções, como a proibição de vendas de drones para os EUA.

China busca depender menos de tecnologias estrangeiras, principalmente dos EUA (Imagem: Framesira/Shutterstock)

Nem a Apple será poupada

Para analistas, a nova medida chinesa mostra que Pequim não vai poupar nenhuma empresa norte-americana em seu esforço para reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras.

Nem a Apple está imune… na China, onde emprega centenas de milhares, se não mais de um milhão de trabalhadores, para montar seus produtos por meio de seu relacionamento com a Foxconn. Isso deve inspirar as empresas a diversificar sua cadeia de suprimentos e concentrações de clientes para serem menos dependentes da China no caso de as tensões piorarem.

Tom Forte, analista da D.A. Davidson

A China é um dos maiores mercados da Apple e gera quase um quinto da receita da empresa. Durante uma visita ao território chinês na semana passada, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que as empresas norte-americanas reclamaram que a China se tornou “ininvestivel”, apontando multas e outras ações que tornaram arriscado fazer negócios na segunda maior economia do mundo.

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