O Santos fez uma proposta fora da realidade do clube, mas não o convenceu. Agora, o Palmeiras está na disputa, e aguarda a resposta. Roberto Pereyra, argentino de 32 anos, é um dos alvos do mercado de transferências brasileiro mais cobiçados do momento. Sua trajetória sólida na Europa explica um pouco isso, assim como algumas características de seu jogo.
Nascido em San Miguel de Tucumán em 1991, Pereyra começou a carreira no River Plate como uma das grandes revelações do futebol argentino no fim da primeira década deste século. Tanto que foi titular da seleção argentina que disputou o Mundial sub-20 em 2011.
Apesar do destaque individual, Pereyra sofreu com um dos piores momentos da história do River Plate, e participou da campanha que culminou no rebaixamento do clube no Campeonato Argentino. Logo, foi negociado com a Udinese.
Ainda em 2011, o meia estreou pela Udinese. Só conseguiu maior destaque na reta final da Serie A, marcando contra a Lazio e ganhando protagonismo na sequência de quatro vitórias seguidas que levou o time ao terceiro lugar no campeonato.
Na temporada seguinte, se tornou protagonista no time que seguiu na parte de cima da tabela do Italiano, apesar de não ter chegado na fase de grupos da Champions. Foram três anos em Udine, com desempenho que chamou a atenção da Juventus.
Na Velha Senhora, Pereyra conquistou dois Scudettos, duas Copas e uma Supercopa. Viveu sua temporada de mais gols na Itália (seis). Se tornou ainda mais versátil, algo que o favoreceu imensamente com Allegri. Disputou, também, sua única final de Champions, contra o Barcelona. Entrou no segundo tempo, sem conseguir evitar a derrota.
Foi nessa época que o meia teve mais oportunidades na seleção argentina, embora não tivesse conseguido ser convocado para a Copa de 14. Jogou, porém, duas Copas América. Foram 19 jogos pela Albiceleste, com dois gols.
Pereyra, depois de deixar a Juve, viveu bons momentos na Premier League. Seu jogo ganhou em intensidade quando reforçou o Watford. Se tornou ainda mais objetivo no último terço, e marcou 18 gols enquanto lá esteve. Foram 115 jogos na Inglaterra antes de voltar para a Itália.
Voltou a ser feliz em Udine em 2020. Completou 200 jogos pelo clube na despedida. Somou 15 gols nas últimas três temporadas, com 20 assistências. Se deixar o país, deixará em seu melhor momento. Talvez por isso, rumores de que a Internazionale estaria interessado em seu futebol desmotivam as equipes brasileiras.
Se não aceitou o Santos, Pereyra ainda não descartou a proposta do Palmeiras. E de fato, em caso de acerto com o Alviverde, o argentino cairia como uma luva no time de Abel Ferreira.
Atualmente apostando quase sempre em uma linha de três no meio, Abel poderia, e muito, se aproveitar da versatilidade de Pereyra. Até porque, como meia de chegada ao ataque, tem principalmente Veiga. Pereyra, com característica de cortar para dentro e usar a perna direita, poderia ser uma opção importante do outro lado do campo (Veiga, canhoto, vai da direita para o centro).
Pereyra, também, foi destaque na última Serie A recuperando a bola no campo adversário. Ajuda, e muito, na pressão alta. E é combativo no meio, apesar de, em alguns momentos da carreira, ter apresentado algum problema quanto ao comprometimento defensivo (algo melhorado com a intensidade que ganhou na Premier League).
Sua versatilidade, que o torna não apenas um coringa no meio, mas uma peça que pode atuar também nas beiradas do campo, é outra carta na manga que Abel pode ter. O treinador aproveita, ao máximo, a versatilidade de seus jogadores, muda constantemente não só a função, mas a posição dos jogadores em campo. Com excelente leitura tática, que o torna perigoso nos movimentos de ruptura no último terço, mas também sempre uma boa opção de passe, Pereyra poderia agregar muito ao Palmeiras.
Aos 32 anos, Pereyra tem mercado na Europa. E em ligas relevantes. Mas se aceitar o desafio de, nesse momento, jogar no Brasil, deve chegar para ser protagonista. E em um dos clubes de maior força na América Latina atualmente.
Fonte: Ogol
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