Em 1980 uma cúpula de cobre foi encontrada próxima a um naufrágio. Durante muito tempo pensou-se que o objeto era um tacho de fazer comida no navio, mas agora um novo estudo aponta que na verdade ele pode ter sido parte de um submarino primitivo utilizado para recuperar os tesouros que afundaram.

A cúpula data do século 17 e foi encontrada próxima ao naufrágio do galeão espanhol, Santa Margarita, que afundou em 1622 no Estreito da Flórida carregando ouro e outros tesouros. A peça feita de cobre estava a cerca 50 metros de profundidade, e atualmente está guardada no Museu Mel Fisher em Sebastian, na Flórida.

A nova análise do objeto, que ainda aguarda revisão dos pares, indicou que ele provavelmente era o topo de um sino mergulhador usado alguns anos depois para recuperar o tesouro do navio. Esses aparelhos permitiam mergulhos em águas rasas, sendo geralmente aberto na parte inferior e cheio de ar.

À esquerda o desenho de um sino de mergulho de 1606, feito pelo inventor espanhol Jerónimo de Ayan, e à direita um de 1616, desenhado pelo alemão Franzs Kessler (Credito: Domínio Publico)

Tacho de cobre ou sino de mergulho?

A cúpula de cobre tem 147 centímetros de diâmetro, o que os pesquisadores apontam ser grande demais para cozinhar. Além disso, não há sinais de carbonização ou aquecimento e ela não se parece nada com outros tachos e caldeirões de navios da época.

No entanto, a forma do objeto corresponde às descrições dos submarinos primitivos, tendo sido encontrado próximo a lingotes de ferro, provavelmente usados para ancorar o equipamento ao fundo do mar. 

Embora não haja registro histórico da utilização de um sino de mergulho para recuperar os tesouros do Santa Margarita, é relatado o sucesso da recuperação de alguns deles. O militar espanhol Francisco Nuñez Melián escreveu que foram recuperados 350 lingotes de prata, milhares de moedas de ouro e oito canhões dos destroços do naufrágio, fazendo os pesquisadores acreditarem que o equipamento foi utilizado.

Sem mencionar o Santa Margarita, Melián também escreveu sobre a utilização de um sino de mergulho em 1625. Acredita-se que a cúpula tenha sido parte do objeto descrito pelo militar ou de outro sino perdido na região, tendo sido grande o suficiente para comportar até três pessoas debaixo dele.

Além disso, os espanhóis foram pioneiros na utilização desses submarinos primitivos para pegar coisas do fundo do mar. Suspeita-se que a cúpula tenha sido o topo de um sino de mergulho desenhado pelo inventor Jerónimo de Ayanz, em 1606. Posteriormente esse design foi utilizado para pegar perolas na Venezuela.

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