Uma descoberta arqueológica de 1,4 milhões de anos em Israel pode desafiar o que sabemos até aqui sobre a evolução dos nossos parentes distantes.

O que você precisa saber

Do tamanho de uma ameixa, os objetos se destacam por ser tão redondos que “se aproximam de uma esfera ideal”, dizem os pesquisadores. Um novo estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém usou métodos de análise 3D e concluiu que os objetos foram feitos intencionalmente.

Para que as esferas eram usadas?

Uma questão que permanece é: para que eram usados ​​esses esferoides? Por enquanto, a resposta ainda é um mistério.

Infelizmente, ainda não está claro para que os esferoides foram usados. Restringir sua funcionalidade exigirá muito mais trabalho

Antoine Muller, principal autor do estudo, do Laboratório de Arqueologia Computacional da Universidade Hebraica de Jerusalém, ao IFLScience

Seja qual for o propósito, a descoberta da habilidade para fabricar bolas de calcário à mão desafia a compreensão das capacidades cognitivas da nossa espécie. O Homo sapiens, por exemplo, só evoluiu há cerca de 300.000 anos, mas esses artefatos foram feitos muito antes disso.

A descoberta sugere que Ubeidiya — que fica 3 km ao sul do Mar da Galiléia, no Vale do Rift do Jordão, Israel —, foi provavelmente lar do Homo erectus nessa época, durante uma de suas migrações para fora da África há cerca de 1,5 milhão de anos.

Embora ainda tivessem cérebros pequenos, o H. erectus era relativamente inteligente e notavelmente habilidosos na fabricação de ferramentas rudimentares. Alguns inclusive acreditam que eles foram os primeiros a descobrir como usar o fogo. 

No entanto, a habilidade para fabricar esferoides é algo totalmente novo. “Isto provavelmente representaria a primeira evidência de hominídeos impondo uma geometria simétrica desejada às suas ferramentas”, acrescenta o estudo.

A nova pesquisa foi publicado na Royal Society Open Science.