Na Lua, além de restos de missões espaciais e algumas bandeiras dos Estados Unidos, também é possível encontrar sacos de cocô humano deixados pelos astronautas que pisaram por lá, e o impressionante é que eles são um tesouro científico.

Enquanto iam para a Lua, o sistema digestivo e urinário dos astronautas das missões Apollo não pararam. O xixi era coletado por tanques e as fezes eram feitas diretamente em sacos amarrados à cintura. Esse dejetos junto com outros lixos foram deixados na superfície lunar para liberar espaço de peso para as amostras.

Estima-se que atualmente existam 96 sacos de cocô na Lua.

Porque as fezes são um tesouro científico?

Apesar de ser estranho considerar fezes algum tipo de tesouro, os dejetos humano deixados na superfície da Lua podem permitir que cientistas descubram em quais condições a vida pode existir. Diferente da Terra que possui a atmosfera para se proteger contra os raios UVs e drásticas mudanças de temperatura, o satélite natural não possui proteção.

Nos sacos além das fezes provavelmente existiam vírus e bactérias. Recuperá-los permitiria que observássemos se a vida poderia suportar as condições da Lua ou acabar contaminando outros mundos e planetas durante a exploração espacial.

Apesar de acreditar que os esporos desses microrganismos foram mortos antes de um mês lunar, os pesquisadores não querem descartar totalmente a possibilidade. Astronautas japoneses em 2020, e cosmonautas em 2017 já observaram bactérias que sobreviveram por longos períodos na ISS, em condições de temperatura e radiação semelhantes às do satélite natural.

O cocô tem dono!

Muitos pesquisadores querem uma amostra do cocô para analisarem se a vida persiste dentro dos sacos, no entanto, eles tem dono. Os Estados Unidos deram ao local de pouso e os artefatos deixados pela Apollo 11 na Lua o título de patrimônio, e essa reivindicação é protegida legalmente pelo Tratado do Espaço Exterior, assinado pelo país em 1987.

Apesar disso, o cocô de Neil Armstrong, o primeiro ser humano a pisar na Lua, não está protegido pelo tratado, mesmo que os Estados Unidos afirmem que sim. Além disso, existem fezes de outras pessoas disponíveis por lá.