Foi unânime. A fenilefrina, um ingrediente comum em muitos descongestionantes nasais vendidos em farmácias nos EUA e no Brasil, é ineficaz. Essa foi a conclusão de um grupo de consultores da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos – a Anvisa de lá – nesta terça-feira (12).
Para quem tem pressa:
Isso abre caminho para a agência decidir sobre banir ou não o ingrediente. E o banimento da fenilefrina resultaria na retirada de centenas de produtos das prateleiras das farmácias, enquanto as empresas correriam para reformulá-los.
Até lá, os especialistas ouvidos pelo The New York Times aconselharam os consumidores a não entrar em pânico nem jogar fora todos os medicamentos com fenilefrina.
FDA e a fenilefrina
A votação realizada entre os consultores veio após a revisão, na segunda (11) e nesta terça, de diversos estudos existentes sobre o ingrediente.
Os conselheiros concluíram que a pesquisa resolveu a questão: o ingrediente é inútil e não é melhor do que um placebo nos descongestionantes. Além disso, vários observaram que os pacientes que tomavam o medicamento estavam apenas atrasando a sua jornada para um remédio útil.
Os funcionários da agência geralmente seguem as recomendações dos painéis consultivos. Mas nem sempre fazem isso. E pode levar alguns meses até uma decisão final ser tomada sobre esse ingrediente.
E mais: os resultados podem ser contestados, o que prolonga qualquer movimento em direção a substituições de produtos ou retirada de estoques das lojas.
Mesmo que os conselheiros da FDA tenham decidido que o ingrediente não funciona para aliviar a congestão nasal quando ingerido por via oral, ele não é perigoso. E os produtos contêm outros ingredientes que funcionam para aliviar os sintomas do resfriado.
A fenilefrina ganhou popularidade como substituta da pseudoefedrina no início dos anos 2000, quando esta última substância foi restringida nos Estados Unidos devido ao seu uso indevido na produção de metanfetamina.
Desde então, a droga é o descongestionante oral mais popular do país, gerando quase US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões) em vendas em 2022, segundo dados apresentados pela FDA.
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Fonte: Olhar Digital
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