O português Vítor Pereira está longe do Brasil há cerca de cinco meses e, enfim, deu suas impressões sobre o futebol praticado no país. Com carreira construída majoritariamente em clubes europeus, o treinador se mostrou espantado com o calendário e as poucas oportunidades que teve de aprimorar as equipes do Corinthians e do Flamengo durante os treinamentos.
“Foi a primeira vez na minha carreira que quando eu tinha quatro dias livres era uma espécie de brinde. Acontece muito poucas vezes. No Flamengo, por exemplo, sais do Rio de Janeiro e vais jogar na Colômbia. Você joga, viaja na própria noite e chegas de volta às seis da manhã. Então isso quer dizer que não houve descanso. Isso na Europa raramente me aconteceu e acho que nunca me aconteceu exceto uma única vez no Porto, da Rússia para cá. Passados dois dias vais ter jogo. Mais vale dormir do que treinar. Não vais preparar jogo nenhum. O dia que deveria ser para recuperação, eles dormiram. O dia a seguir é para recuperar na mesma, e no dia seguinte já é o dia anterior ao jogo”, relembrou VP.
A seguir, Vítor Pereira tocou em um tema que muitas vezes é tratado de forma pejorativa no Brasil: o treinador paizão. Para o técnico português, por conta do calendário apertado, esse estilo de comandante amigo, que trabalha na base da conversa, se adequa melhor ao estilo do futebol brasileiro.
“Eu me considero um treinador de campo. Eu consigo ir mudando as minhas equipes em função daquilo que vou treinando. No Brasil, na minha opinião, funciona muito mais aquele treinador que é amigo, o paizão. No Brasil funciona muito mais o paizão do que o treinador tático, estratégico, que precisa trabalhar para as coisas acontecerem, mas, infelizmente, a realidade no Brasil não é essa”, lamentou Pereira.
Durante sua passagem pelo Brasil, principalmente no Corinthians, Vítor Pereira teve atritos com alguns atletas. O lateral Fagner falou da difícil relação com o técnico que, segundo ele, expunha os jogadores, enquanto Júnior Moraes também criticou VP, mas pediu desculpas publicamente ao português em entrevista para oGol.
Fonte: Ogol
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