Na última sexta-feira (8), por volta das 19h30 do horário de Brasília, o Marrocos foi atingido por um terremoto de magnitude 6,8 na escala Richter. Foi o terremoto mais forte do país nos últimos 123 anos e até agora causou pelo menos 2900 mortes. Os pesquisadores acreditam que a região ainda irá sofrer com tremores secundários nos próximos dias, resultado da acomodação das placas tectônicas.

O tremor aconteceu próximo à cidade de Adassil, nas Montanhas do Alto Atlas, a cerca de 75 quilômetros de Marrakesh. Mas o que causou esse terremoto tão destruidor?

Causa do terremoto e tremores secundários

Os terremotos no Marrocos não são incomuns, mas na região onde ele aconteceu espantou os cientistas. O que acarretou os tremores foi a colisão de duas placas tectônicas, fazendo com que a crosta ficasse mais espessa. Isso acabou causando um fenômeno geológico conhecido como “falha reversa”. Nele, a rocha localizada acima da falha geológica se move contra o lado inferior da falha, o resultado é um grande descolamento das rochas, liberando grande quantidade de energia armazenada. O que surpreendeu os pesquisadores, foi o quão grande é essa falha.

6,8 [de magnitude] implica que a falha responsável por este terremoto tenha provavelmente cerca de 30 km de extensão. Esta estimativa leva em consideração as relações entre o comprimento da falha ativa e as magnitudes do terremoto.

Jesús Galindo-Zaldivar, professor de geodinâmica, em resposta ao The Conversation

Placas tectônicas na região atingida (Imagem: reprodução)

O geólogo ainda complementa que a força dos tremores, é devido ao fato de que faz muito tempo que abalos sísmicos não acontecem na região. Ou seja, existia energia acumulada no local ao longo de anos, esperando para escapar do subsolo.

Segundo a BBC, muitos tremores secundários ainda irão assolar a região ao longo dos próximos dias e semanas, causando ainda mais destruição na região. O grande número de vítimas é alto porque o terremoto aconteceu durante a noite, onde mais pessoas estão dentro de suas casas, não preparados para eventos do tipo. Acredita-se que os próximos abalos sísmicos poderão provavelmente destruir outros prédios que continuaram de pé.

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