Um novo tipo de vacina desenvolvida por pesquisadores da Escola Pritzker de Engenharia Molecular (PME) pode ser o novo tratamento mais promissor contra doenças autoimunes. Com uma proposta de ação inversa, a ideia é que o fármaco não ensine moléculas a reagir às ameaças, mas apague toda sua memória para que ela interrompa reações contra o corpo.
Para quem tem pressa:
No passado, mostramos que poderíamos usar esta abordagem para prevenir a autoimunidade. Mas o que é tão entusiasmante neste trabalho é que demonstramos que podemos tratar doenças como a esclerose múltipla depois de já existir uma inflamação em curso, o que é mais útil num contexto da realidade.
Jeffrey Hubbell, professor em Engenharia de Tecidos e principal autor do estudo.
Doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca os tecidos saudáveis de uma pessoa — as células T basicamente sofrem uma pane na memória e confundem células boas com intrusas. A memória das células vem tanto de infecções naturais como a partir da vacinação.
Em um processo normal do corpo, o fígado é o responsável por garantir que esse “erro” de memória não aconteça, então ele marca as moléculas das células com sinalizadores de “não atacar” para prevenir essas reações — o processo é chamado de tolerância imunológica periférica.
Baseado nesse trabalho natural do fígado, o grupo combinou um antígeno — substância estranha que pode ser atacada pelo sistema imunitário — com uma molécula semelhante às células que o fígado reconheceria como amiga para criar a tecnologia da vacina inversa.
A ideia é que possamos anexar qualquer molécula que quisermos ao pGal e isso ensinará o sistema imunológico a tolerá-la. Em vez de aumentar a imunidade como acontece com uma vacina, podemos reprimi-la de uma forma muito específica com uma vacina inversa.
Testes mostraram que a abordagem funcionou para minimizar diversas reações imunitárias em curso. O estudo, divulgado pelo Medical Xpress, foi publicado na Nature Biomedical Engineering.
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Fonte: Olhar Digital
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