O Departamento de Justiça dos Estados Unidos reforçou, nesta quinta-feira (14), sua argumentação de que o Google buscou acordos com operadoras móveis para garantir posições poderosas em smartphones, dominando como buscador padrão. A argumentação foi feita durante um julgamento antitruste que poderia alterar o futuro da internet.

O governo concluiu o interrogatório de Antonio Rangel, professor de biologia comportamental do Instituto de Tecnologia da Califórnia, na manhã de quinta-feira, terceiro dia do julgamento. Rangel discutiu como os consumidores tendem a permanecer com navegadores em computadores e celulares pré-instalados como aplicativos padrão.

O governo alega que a unidade Alphabet, empresa-mãe do Google, paga anualmente US$ 10 bilhões a empresas para ser o mecanismo de busca padrão em dispositivos. Isto incluiria empresas de telecomunicações como a AT&T, fabricantes de dispositivos como a Apple e desenvolvedores de navegadores como a Mozilla. O objetivo deste investimento seria afastar concorrentes e manter sua participação de mercado em buscas em torno de 90%.

John Schmidtlein, advogado do Google, durante o interrogatório de Rangel, destacou que um número significativo de consultas de pesquisa dos usuários ia para o Google mesmo quando outro mecanismo de busca era o padrão.

Uma parte importante da defesa do Google é que o governo está errado ao afirmar que a empresa quebrou a lei para manter sua enorme participação de mercado. A empresa argumenta que seu mecanismo de busca é amplamente popular devido à sua qualidade, e que quaisquer pagamentos a empresas de telecomunicações ou outras partes eram compensações justas pelos parceiros.

O governo chamou testemunhas na terça e quarta-feira para mostrar que o Google, desde meados dos anos 2000, buscou atrair um grande número de consultas de pesquisa ao conquistar o status de padrão em dispositivos móveis.

A influência do Google nas buscas, alega o governo, ajudou a empresa a construir monopólios em alguns aspectos da publicidade de buscas online. As buscas são gratuitas, então o Google obtém lucro por meio da publicidade.

O governo também alegou que o Google tomou medidas ilegais para proteger as comunicações sobre os pagamentos.

Impacto nas big techs