Para cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo que fazem tratamento para acne, uma nova esperança está surgindo. Cientistas da Universidade do Sul da Austrália estão liderando uma abordagem revolucionária usando nanotecnologia para eliminar espinhas e cravos.
Para quem tem pressa:
A acne se desenvolve na unidade pilossebácea, um ambiente propício para o crescimento da bactéria Cutibacterium acnes, uma das principais causadores da acne. O desafio, no entanto, está em tratar essa área, uma vez que os tratamentos orais e tópicos atuais podem levar à resistência bacteriana com o uso prolongado.
Nanopartículas
Foram utilizadas nanopartículas macias 50 mil vezes menores que a largura de um fio de cabelo humano para fornecer o composto antibacteriano comumente conhecido como Narasin ao marco zero da acne, a unidade pilossebácea. Os resultados dos testes mostraram que a abordagem de nanotecnologia é impressionante, sendo 100 vezes mais eficaz em atingir o alvo do que os métodos convencionais.
Embora existam muitos medicamentos orais prescritos para a acne, eles têm uma série de efeitos colaterais prejudiciais e muitos são pouco solúveis em água, razão pela qual a maioria dos pacientes e médicos preferem tratamentos tópicos.
Fatima Abid, pesquisadora.
Da agricultura ao tratamento da acne
Para o teste, foi utilizado pele de orelha de porco como modelo experimental. A nanopartícula do Narasin já é conhecida por suas aplicações na agricultura, incluindo a prevenção da doença parasitária coccidiose em frangos de corte.
Embora usado em aves desde 1986, é a primeira vez que o Narasin está sendo investigado como uma opção de tratamento para acne. Sua administração concentrada reduz consideravelmente o risco de desenvolvimento de resistência à bactéria Cutibacterium acnes.
Resultados promissores
Sanjay Garg, cientista farmacêutico e professor da Universidade do Sul da Austrália, explica: “A formulação de micelas provou ser eficaz na entrega de Narasin aos locais-alvo da acne, ao contrário da solução composta, que não conseguiu penetrar nas camadas da pele”.
Esses resultados promissores abrem as portas para estudos em humanos, criando expectativa de mais praticidade e conforto no futuro para milhões de pessoas que tratam acne em todo o mundo.
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Fonte: Olhar Digital
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