Em 2001, um canhão foi encontrado no mar na costa da Suécia, agora um novo estudo analisou pedaços de tecido encontrados no objeto e descobriram que ele pode ser o canhão de navio mais antigo já encontrado na Europa.
O canhão estava a cerca de 20 metros de profundidade quando foi encontrado e a cerca de 5 quilômetros da ilha de Marstrand, na costa oeste da Suécia. A datação de radiocarbono dos tecidos, que podem ser os restos de um saco de pólvora, indicam que ele é do século 14.
A análise também revelou que o objeto estava carregado e pronto para ser usado a qualquer momento, dando indícios de que era usado como um canhão naval e não como um armamento que estava sendo transportado para ser utilizado em terra.
O canhão tem aproximadamente 47,5 centímetros de comprimento, com um formato de funil, onde a parte mais fina era uma câmara de pólvora, e a mais larga, medindo 18,5 centímetros de diâmetro, era onde a munição era lançada. Ao invés de bolas de metal, como atualmente conhecemos os canhões, esse achado atirava pedras contra os inimigos.
A intenção não era afundar um navio inimigo. Essas armas eram armas ‘antipessoal’ – eram usadas simplesmente para ‘limpar o convés’ de um navio inimigo.
Staffan von Arbin, doutorando de arqueologia e principal autor do estudo, em resposta ao LiveScience
Segundo os arqueólogos marinhos por trás do estudo recentemente publicado na revista The Mariner’s Mirror, o canhão estava sendo utilizado provavelmente em algum navio que naufragou após atingir o recife de Kleningen, a algumas centenas de metros do local. Mas a possibilidade dele ter sido afundado por outro navio também não é descartada. Ainda não se sabe se o objeto era usado em um navio mercante ou de guerra, mas acredita-se que explorar o local onde a arma foi encontrada pode revelar sua origem.
Material do canhão
Além da datação por radiocarbono, os pesquisadores também realizaram uma espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) no corpo metálico do canhão. Essa técnica ioniza uma pequena amostra do material e analisa o gás resultante.
Acreditava-se que essa análise indicaria que o canhão foi feito de uma liga metálica resistente, como o bronze, formado por cobre, estanho com um pouco de zinco e níquel para fazê-lo durar mais. No entanto, ela revelou que ele foi produzido a partir de uma liga feita por cobre e chumbo, e uma quantidade relativamente pequena de estanho.
Essa liga é relativamente frágil e inadequada para a produção de armas, fazendo os pesquisadores pensarem que ela tenha sido utilizada devido à falta de conhecimento de ligas metálicas melhores no século 14.
Os canhões daquela época, eram equipados com carrinhos de madeira para poderem ser apontados. Agora espera-se que novas buscas na costa da Suécia encontrem essa peça do canhão ou o navio a qual ele pertencia, para que uma análise dos anéis de crescimento das árvores na madeira revele quando e onde ele foi produzido.
Fonte: Olhar Digital
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