O estabelecimento de colônias humanas em Marte não parece mais apenas ficção científica. Mas ainda há alguns desafios para que isso possa, de fato, se tornar realidade. Um deles, talvez o principal, é a necessidade de criação de uma tecnologia que permita longas estadias na superfície do Planeta Vermelho. Foi por isso que a Mars Society, organização sem fins lucrativos dedicada à exploração humana em Marte, anunciou a criação do Mars Technology Institute (MTI).
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Marte oferecerá os recursos necessários
Colônia humana depende de três necessidades fundamentais
A Mars Society sugeriu que há três necessidades fundamentais para a criação de uma colônia em Marte: mão de obra, terras agrícolas e fontes de energia.
A primeira delas pode ser superada com o desenvolvimento de robôs e tecnologias automatizadas, bem como da inteligência artificial para operar os sistemas fora da Terra.
A falta de combustíveis fósseis em Marte e a escassez de água líquida para impulsionar a energia hidrelétrica, bem como oportunidades limitadas para energia solar e eólica, significam que os assentamentos de Marte terão que depender de usinas nucleares de fissão, ou, se a tecnologia se provar viável na Terra, energia de fusão.
Para lidar com a falta de terras no Planeta Vermelho para a agricultura, os cientistas poderiam se concentrar em biotecnologia, incluindo engenharia genética e produção microbiana de alimentos, bem como sistemas agrícolas avançados, como aquaponia e biologia sintética.
Embora o conselho consultivo da MTI já tenha recrutado um grupo de 12 especialistas nas áreas de biotecnologia, inteligência artificial e tecnologia avançada de energia nuclear, a Mars Society sugeriu que, uma vez estabelecida para seus esforços iniciais, a MTI deveria primeiro concentrar seus esforços na biotecnologia. Isso porque esses projetos poderiam ser lançados com um apoio financeiro menos considerável do que algo como a pesquisa nuclear avançada exige.
Como funcionaria a MTI
A Mars Society disse que a MTI não teria fins lucrativos e buscaria financiamento por meio de doações dedutíveis de impostos. Além disso, o dinheiro necessário poderia vir por meio de investimentos, receitas de licenciamento de propriedades intelectuais, dividendos de empresas e contratos de pesquisa e desenvolvimento com empresas governamentais e privadas.
Se o MTI realmente sair do papel, o instituto conduzirá sua pesquisa a partir de um campus central, cuja localização ainda não foi decidida. Além disso, alguns projetos poderiam ser terceirizados para outras empresas e institutos acadêmicos.
O MTI também poderia fornecer fundos para voluntários que propõem projetos de pesquisa que são confiáveis e que estão dispostos a realizar de forma gratuita. Este modelo é atualmente empregado pela Mars Society em estações de pesquisas analógicas e competições de rover.
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Fonte: Olhar Digital
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