Lançada ao espaço há sete anos, com destino ao asteroide Bennu, a sonda OSIRIS-REx, da NASA, está programada para chegar à Terra no domingo (24), trazendo uma amostra da rocha espacial para análise.
Depois que a espaçonave finalmente for aberta, vamos descobrir a quantidade exata de material coletado em outubro de 2020 do asteroide de 500 metros de largura. Cientistas da NASA acreditam que o estudo da amostra pode revelar muito sobre os primeiros dias do Sistema Solar, inclusive lançando alguma luz sobre como a vida começou na Terra.
Nos planos originais da agência, a sonda apanharia 60 gramas de material após pousar na superfície do asteroide. Um pouso que, por sinal, foi surpreendente, já que Bennu não era tão sólido quanto a equipe da missão esperava. Assim, o braço de amostragem do equipamento precisou perfurar muito mais profundamente na rocha espacial que o previsto.
Esse processo não programado acabou entupindo o instrumento de amostragem, impedindo uma vedação adequada e fazendo com que parte do material adquirido escapasse para o espaço.
Coleta pode ter superado as expectativas
Para minimizar a perda, a equipe da missão decidiu armazenar o material na cápsula de retorno da sonda o mais rápido possível.
Conforme explica o site Space.com, o novo plano fez com que uma manobra previamente planejada não fosse realizada. A OSIRIS-REx deveria girar um pouco sobre o asteroide, a fim de reunir dados que permitissem aos membros da equipe estimar a massa da amostra coletada – por isso, não se sabe exatamente a quantidade armazenada.
Uma estimativa foi calculada por outros meios, mas está longe de ser precisa. Segundo esses cálculos, a cápsula da amostra deve conter de 149 g a 351 g (o que já seria mais do que o programado, mesmo com os escapes).
A título de comparação, a sonda Hayabusa2, do Japão, trouxe apenas cerca de 5 g de material do asteroide Ryugu em dezembro de 2020, e os cientistas já analisaram muitos resultados interessantes dessa amostra relativamente pequena.
O que vai acontecer com a amostra do asteroide Bennu?
O material entregue pela OSIRIS-REx será armazenado e curado no Centro Espacial Johnson (JSC) da NASA, em Houston. A equipe do JSC supervisionará a distribuição da amostra para pesquisadores de todo o mundo, que vão investigá-la para uma variedade de propósitos.
Uma linha de estudo, por exemplo, vai se concentrar em compostos orgânicos, como o carbono. Os cientistas acreditam que asteroides ricos desse elemento, como Bennu, podem ter ajudado a vida a se estabelecer na Terra, entregando orgânicos por meio de impactos.
Depois de entregar as amostras à Terra no domingo, a sonda OSIRIS-REx continuará trabalhando. A equipe vai definir um curso para o asteroide potencialmente perigoso Apophis, que a espaçonave deve alcançar em 2029, transformando-se na missão OSIRIS-APEX.
Fonte: Olhar Digital
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