A segunda semana do julgamento antitruste contra o Google nos Estados Unidos está em andamento. O Departamento de Justiça tem como um dos focos o principal motor financeiro do buscador: os anúncios. A acusação alega que o domínio do Google permite que a empresa aumente os preços para os anunciantes sem grandes repercussões.
Para quem tem pressa:
Executivo diz que empresa ajusta processo de leilão de anúncios para aumentar preços
Jerry Dischler, executivo de anúncios do Google, testemunhou no tribunal, corroborando essa alegação. Dischler descreveu ajustes no processo de leilão que poderiam ter aumentado os preços em até 5% para o anunciante típico e ou até 10% para algumas consultas. Além disso, afirmou que os compradores de anúncios não estavam cientes desses ajustes de preços.
Tendemos a não informar os anunciantes sobre mudanças de preços
Jerry Dischler, executivo de anúncios do Google
O aumento dos preços dos anúncios foi uma das estratégias adotadas pelo Google para impulsionar a receita de busca durante períodos de baixa. Um desses momentos ocorreu na primavera de 2019, conforme revelado em uma troca de e-mails entre Dischler e seu colega executivo do Google, Anil Sabharwal.
Google obteve US$ 98 bilhões com anúncios de busca em 2019 e US$ 100 bilhões em 2020
Como aponta o The Verge, um documento apresentado como evidência indica que o Google obteve US$ 98 bilhões em receita com anúncios de busca para seus próprios serviços em 2019 (aparentemente sem incluir a receita do YouTube, segundo o Yosef Weitzman, repórter do Big Tech on Trial). Dischler afirmou que esse valor ultrapassou US$ 100 bilhões em 2020, com a maioria desse crescimento sendo impulsionada pela busca móvel.
No tribunal, o executivo afirmou que um aumento de 10% estava no limite máximo de elevação de preço.
Depoimento pode reforçar argumento do Departamento de Justiça
A demonstração de que o Google pode elevar os preços dos anúncios com pouca pressão competitiva poderia fortalecer o argumento do Departamento de Justiça de que o Google mantém um monopólio ilegal.
Alega-se, ainda, que outras formas de prejuízo, como padrões de privacidade falhos, poderiam ter sido atenuadas em uma indústria de busca mais competitiva.
O julgamento deve acontecer até novembro. A decisão pode ficar para o ano que vem.
Fonte: Olhar Digital
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