Em setembro de 2022, o Sol emitiu uma grande quantidade de plasma e campos magnéticos, sendo uma das maiores ejeções de massa coronal já vistas desde que começamos a observá-lo de perto. A sonda Solar Parker capturou todo momento e agora, um ano depois, a NASA divulgou um relatório do que aconteceu.
As ejeções de massa coronal (CME) são menos conhecidas que as erupções e manchas solares, mas são o evento mais perigoso para os habitantes do Sistema Solar interno, envolvendo protons e eletrons em um poderosos campo magnético que pode derrubar satélites e causar problemas nos sistemas elétricos na Terra.
A Solar Parker passou próximo a CME no dia 5 de setembro de 2022, e mesmo depois disso continuou enviando dados. No relatório da NASA é descrito os efeitos desse evento no Sistema Solar, assim como a capacidade da sonda em observá-los.
Ejeções de massa coronal e poeira espacial
Os dados recolhidos pela sonda indicam que as ejeções de massa coronal são responsáveis pela limpeza da poeira espacial, ionizando-a e empurrando-a para longe do Sol, algo que já havia sido teorizado há 20 anos.
Essas interações entre CMEs e poeira foram teorizadas há duas décadas, mas não haviam sido observadas até que a Parker Solar Probe viu uma CME agir como um aspirador de pó, tirando a poeira de seu caminho.
Guillermo Stenborg, físico, em comunicado
A poeira espacial é geralmente deixada para trás pelos cometas, enquanto eles se aproximam do Sol e o gelo que os mantém unidos evapora, ou pela colisão de asteroides. Conforme o relatório, a CMEs parecem ser responsáveis por espalhar esse material de forma mais uniforme.
Além disso, a Solar Parker também observou que a ejeção de massa coronal limpou todo gás próximo do Sol, criando uma área limpa que se estendia até 10 milhões de quilômetros de distância da estrela.
A sobrevivência da sonda mostra que é possível proteger o instrumento contra os danos causados por uma CME, e os dados recolhidos sobre a interação com a poeira permitem melhorar os avisos de ejeções de massa coronal perigosas. Atualmente conseguimos antecipar sua chegada em apenas 30 minutos, devido à dificuldade em prever a velocidade com que a tempestade geomagnética, e a poeira espacial contribui para essa incerteza, fazendo das observações da Solar Parker muito uteis.
Fonte: Olhar Digital
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